30 julho 2007

O Universo da Publicidade - Parte 5

FAQs

A busca por um estágio. Como montar e apresentar seu portifólio.

Seria mais uma noite de uma pacata segunda-feira no bar da faculdade, se não fosse um acontecimento que mudaria a sua vida acadêmica (afinal, até então, vida acadêmica pra você era puxar quinze quilinhos de rosca direta e levantar 30 no supino):

- Gente, arrumei um estágio. – disse aquela patricinha que não vivia sem uma chapinha no cabelo e uma calça legging. Mas que naquela pacata segunda-feira no bar da faculdade estava vestindo um sociável terninho-preto-básico.

Todos se levantaram pra cumprimentá-la e foi aí que você percebeu que, na verdade, era o único que ainda vestia bermuda, regata e chinelo.

A agora estagiária vem em sua direção pra receber as suas congratulações. Em estado de choque, você dá um abraço, um beijo e a felicita:

- Filha da puta!

É, a coisa ta feia pro seu lado. Chegou a hora de arrumar um estágio. E é pra isso que estamos (sujeito oculto Casa do Galo) aqui. Neste post, você, estudante de Publicidade/Marketing/Afins, encontrará algumas dicas, que podem ajudar na busca pelo estágio, e algumas experiências vividas por mim nos meus quatro anos de bebedeira, digo, faculdade (as dicas vêm dessas experiências). Vamos lá!

Quero ser marketeiro mesmo, e daí?

E daí que o seu caminho pode ser um pouco mais difícil, porém mais justo. Se você não se julga moderninho e alternativo suficiente pra trabalhar em agência, vá para os anunciantes e veículos. Nesses lugares, você vai passar por algo que vai te dar muita dor de barriga: o Processo Seletivo para Programa de Estágio. Sim, isso pode ser utopia no mundo criativo, mas no mundo real é mais que rotineiro.

Cadastros, envio de currículos, provas, dinâmicas em grupo, mais envio de currículos, entrevistas com psicólogas, entrevistas com os gestores das áreas (já falei envio de currículos?) etc. Fases e mais fases até a conquista da vaga. É claro que o grau de complexidade dessas fases não é de nenhum O Aprendiz, mas a cada ano as empresas buscam estagiários melhor preparados. Por isso a dica 1:

Dica 1 – Quem as empresas procuram?

Logicamente, o perfil do colaborador-estagiário pode variar de empresa pra empresa, mas algumas coisas são básicas, importantes e podem te ajudar a eliminar concorrentes.

• Fale, no mínimo, dois idiomas fluentemente. Tente o português, já que o inglês ELAS (as empresas) já consideram que você fale. Muitos lugares já pedem até uma terceira fluência, como o espanhol, o alemão ou o francês, dependendo da nacionalidade da empresa;

• Experiência no exterior conta e muito. Nem que você apenas tenha lavado pratos em Nova Iorque ou servido café em Londres. Lembre-se, ELAS querem saber como você se vira em situações difíceis e adversas;

• Simpatia, saber trabalhar em grupo, pró-atividade, facilidade em se comunicar com qualquer tipo de gente (ou seja, você devia ter desobedecido a sua mãe e ter falado com estranhos quando criança) e boa aparência ainda contam bastante. Veja bem, boa aparência não significa ser bonito(a). Portanto, tudo que você diz ser no seu CV, tem que provar na hora do “vamo vê”;

• E, obviamente, esteja e seja sempre antenado, atualizado e ligado em tudo que acontece. Mas não bitole. Os caras também não vão te perguntar sobre a bolsa de valores de Pequim, mas podem perguntar coisas atuais sobre o seu cotidiano. Quer um exemplo? Um amigo estava na última fase do processo seletivo para as Lojas Americanas. Entrevista com um dos diretores da empresa. O tal diretor perguntou o que esse amigo mais gostava de fazer e ele respondeu: surfar. Eles passaram o tempo todo da entrevista conversando sobre pranchas, praias e etapas do circuito de surfe brasileiro. No dia seguinte ele estava contratado.

Quais empresas eu devo deixar meu CV?

Em primeiro lugar, “deixar CV” não existe mais. Já ouviu falar de internet? Praticamente, todas as empresas hoje possuem em seus sites um espaço para cadastro e/ou envio de currículos. “Ah, mas eu fiquei sabendo de uma vaga que tinha que entregar o CV pessoalmente”. Essa vaga não é pra você.

Em segundo lugar, empresas pra se cadastrar e concorrer a uma vaga, não faltam. A chamada Área de Marketing é muito ampla. Há vagas tanto para os próprios departamentos de Marketing como para departamentos de Comunicação, RH, Comercial etc.

Mas aí vão algumas das mais desejadas pelos estudantes: Natura, IBM, Unilever, Pirelli, Grupo Pão-de-Açúcar, Telefonica, Banco Santander, Grupo Abril, SBT. Quem quiser indicar outras, fique à vontade nos comentários.

Eu sou criativo, olha o meu All Star.

Se você escolheu fazer Criação, senta e chora. Você será castigado pela escolha que fez. Mas isso é só no começo, depois fica legal. Só que é, justamente, sobre o começo que vamos falar agora. Oquei, você se diz criativo, tem um belo All Star, uma camisa xadrez “stáile” e óculos de grau de cineasta. Mas você sabe que raios vai fazer numa agência de Publicidade? (Leia ou re-leia o artigo do Mauro) No departamento de Criação você não tem muita opção: ou vai ser diretor de arte ou redator. O caminho é muito parecido para os dois.

Dica 2 – Quais os primeiros passos?

O primeiro passo é deletar o termo Curriculum Vitae da sua vida. Substitua por portifólio. O segundo passo é descobrir o que é isso. Seu portifólio será, simplesmente, a sua vida daqui pra frente. É onde você vai registrar/arquivar/guardar/agrupar/mostrar os seus melhores trabalhos. Sim, o cara que vai te avaliar não quer saber onde você estuda ou se você é pró-ativo, ele quer saber se você é mesmo criativo, oras. Quer ver os seus trabalhos, o seu PORTIFÓLIO.

“Mas eu não tenho nenhum trabalho. Como monto meu porti…porti o quê?”

Olha só que coincidência, a dica 3 fala, justamente, sobre isso. Leia com atenção, é a mais importante.

Dica 3 – Como montar e apresentar o meu portfólio?

Pra montar é preciso produzir, pra produzir é preciso criar. Mãos à obra.

O formato mais usado por estudantes na hora de fazer “trampos pra portifas” é o anúncio de revista, seja página simples ou página dupla. O que você vai fazer? Pegue um anúncio de revista real, da marca e produto que quiser, e tente fazer melhor ou, pelo menos, diferente.

Se você decidiu que quer ser diretor de arte (não se empolgue com o título de diretor), seu dever é mexer na direção de arte (duh), ou seja, na imagem, foto, ilustração etc. Pense numa nova solução para aquele layout. E se especialize em softwares como Photoshop, Ilustrator e InDesign, no mínimo. Mas você pode ir além. Não se limite aos anúncios. Crie formatos e direções de arte não-publicitárias também. Abuse dos efeitos gráficos e fique atento às tendências. Os caras querem ver se você, realmente, sabe utilizar as ferramentas desses softwares.

Se você é cabeça-dura e resolveu ser redator, o processo é o mesmo. A diferença é que seu dever é mexer no texto do anúncio escolhido. Crie novas opções de títulos e slogans, mude o texto. Em outras palavras, escreva muito. Para ser redator não tem muito segredo, é exercitar a escrita. E você também pode ir além dos anúncios. Teve uma boa idéia pra um comercial? Faça um roteiro (na internet é possível achar alguns modelos). Escreva textos aleatórios, sobre qualquer tema.

Agora, você deve estar pensando “Mas se eu mudar só a arte e mantiver o texto, a peça vai ficar estranha, sem sentido.” Ou “Mas quero ser redator. Não sei mexer em layout. Como vou alterar a peça?”

Aceita mais uma dica? Essa é por conta da Casa, hein: arrume um amigo(a) pra duplar com você. Comecem a fazer seus portifólios juntos. Trabalhem como uma verdadeira dupla de criação. Pode ter certeza que os resultados serão muito melhores.

Outra maneira de rechear a sua pasta é na própria faculdade. Aproveite as aulas práticas relacionadas à Criação e mande ver nas peças.

Pronto. Vamos considerar, agora, que você já tem um número razoável de peças criadas e produzidas. Qual o próximo passo? Juntar tudo e levar para algum Diretor de Criação olhar? Claro que não. Primeiro você vai selecionar para apresentar apenas as melhores. Mostre os trabalhos para as pessoas – amigos, parentes e, principalmente, professores da faculdade – e perceba quais elas mais gostam, quais surpreendem mais, quais as fazem abrir aquele sorrisinho que você tanto esperou quando pensou naquela sacada.
Como a essa altura já consideramos que você tenha feito, pelo menos, uns 25 trabalhos, vamos chamar essa fase de pré-seleção. A seleção mesmo quem faz é você. No site do Clube de Criação de São Paulo, é possível encontrar o Manual do Estagiário, por Eugênio Mohallem (vale a pena ler). Resumindo, ele orienta que você faça o seguinte: selecione, em média, 10 trabalhos e os coloque em ordem crescente de qualidade, começando pelo meia-boca:

1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10

Depois, pegue o último (o melhor) e coloque na frente de todos.

10, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9

Segundo Mohallem, sua pasta que impressiona está pronta. Abre com um grande anúncio, seguido de uma ordem crescente de qualidade.

Particularmente, não sei se essa é mesmo a melhor maneira. Já fiz muito isso, mas também já fiz diferente. A última vez que apresentei meu portifólio fiz o seguinte: levei de 10 a 15 trabalhos (mais que 15 já fica, realmente, cansativo pra quem analisa); coloquei, sim, o melhor na frente de todos (acredito fielmente que a primeira impressão é a que fica); mas fui variando a seqüência entre os outros melhores e os piores; fechei a pasta com o segundo melhor. Acho que deu certo. Enfim, são duas opções. Mas você pode criar a sua também. O importante é que você acredite e confie nos seus trabalhos.

Dica 4 – Portifólio on-line

Essa é mais curta. Se houver a possibilidade, faça um portifólio on-line. Isso mesmo, crie um site seu ou, pelo menos, um HTMLzinho. Hoje em dia, é muito comum as agências pedirem que você envie seus trabalhos por e-mail. E você não quer se queimar logo de cara, lotando a caixa de entrada do seu futuro chefe, quer? Para os diretores de arte, procurem softwares, como o Flash e pirem nas animações. Para os redatores, criem um blog. É simples e além de postar suas peças, você terá um excelente espaço para exercitar a escrita.

Pra terminar

Gostaria apenas de contar mais uma experiência minha.
Quando eu estava no sexto semestre da faculdade, fui assistir a uma palestra do Carlos Domingos, sócio da Age e um dos maiores criativos do Brasil. Resolvi levar minha pasta, na esperança de que, ao final da palestra, ele pudesse me atender e me dar umas dicas. Final do show, fui lá na frente e entrei na fila pra falar com ele. A maioria das pessoas estava lá para pedir estágio e tirar dúvidas. Quando chegou a minha vez:

- Fala, garoto!
- Eu quero te mostrar o meu portifólio.
- Mas você ta com ele aí?
- Ta aqui.

Acho que ele percebeu minha atitude de ter ido “armado” para a palestra e disse:

- Faz o seguinte – me deu um papel e uma caneta – escreve teu nome aí que eu vou dar pra minha secretária marcar um horário pra você ir lá na Age, aí a gente conversa com mais calma. – e me passou o telefone de lá.

No dia seguinte fiquei naquela dúvida “Ligo ou não ligo?”, “Até parece que ele vai passar mesmo o meu nome pra secretária. Foi só um jeito de me dispensar”. Resolvi ligar:

- Age, boa tarde!
- Boa tarde! Meu nome é Alessandro e…
- Ahhhh, já sei! Do Mackenzie, né? O Domingos já passou seu nome pra mim. Você pode vir aqui amanhã às 19h?
- Claro.

Cheguei em ponto na Age e tomei um leve chá de cadeira de uma hora. Nesse ínterim, fiquei conversando com o segurança que estava na recepção e ele disse:

- Caramba! Como você conseguiu horário com o Domingos? Foi indicação? Ele ta sempre tão ocupado.

Expliquei como tinha conseguido e o cara ficou espantado.

Passado o chá, eis que surge o homem. Sim, ele foi me receber na recepção. Não mandou que alguém me levasse até sua sala. Vestindo sapatos muito bem lustrados, jeans, camisa pra fora da calça e blazer preto (típica roupagem de publicitário), ele me pediu mil vezes mil desculpas pela demora, disse que estava em reunião, que essas coisas demoravam mesmo e tudo mais. Entramos na sala de reunião, me ofereceu uma água, um café, um refrigerante (eu recusei tudo) e começou a analisar as peças. E para minha surpresa ele gostou de todas as peças que eu achava que eram as piores e criticou as que eu achava melhores. Fez-me enxergar coisas que jamais perceberia, pois analisou as peças de uma simples maneira: essa dá campanha, essa não dá.

Não consegui o estágio, mas tirei algumas lições disso tudo. Aí vão elas:

1- Muitas vezes, na Publicidade, é necessário ser cara-de-pau e tomar atitudes que, normalmente, você não tomaria. Como essa de já ir pra palestra com o portifas na mão. Ninguém fez isso naquele dia.
2- Na sua vida de estudante e durante toda sua carreira, você vai se deparar com excelentes profissionais. E poderá se surpreender com as atitudes de alguns deles, como eu me surpreendi com a simpatia e atenção do Carlos Domingos. Tenho ele como ídolo profissional hoje.
3- Ao mesmo tempo você vai encontrar profissionais tão bons ou melhores, mas que são arrogantes, mal educados e que acham que você é um bosta, que nunca conseguirá chegar onde eles estão. Esses caras vão te humilhar e acabar com você e seu portifólio. Mas não deixe que eles acabem com o seu amor pela Publicidade.
4- Desde então, comecei a pensar à frente na hora de criar uma peça. Claro que procuro sempre soluções criativas, mas sempre paro pra pensar se o clichê e o simples não são as melhores soluções para o momento.

Enfim, espero ter ajudado com o mínimo de experiência que eu tenho nesse mercado e desculpe pelo gigantismo do texto. Acho que esse tema merecia. E se você chegou até aqui, aí vão alguns sites em que são divulgadas vagas de emprego e estágio para Marketing e Criação. Cadastre-se e sucesso. Sorte é para os fracos: InfoJobs, ClickJobs, Publicijobs, Catho, CIEE, Universia.

PS: lembra daquela pacata noite de segunda-feira no bar? Ela jamais voltará.

As idéias e opiniões expostas nos artigos são de responsabilidade exclusiva dos autores, e podem não refletir a opinião da Casa do galo.



Alessandro Alessandro Ribeiro, 24, é publicitário. Já foi redator do Submarino. Hoje é redator da iDeal Interactive e sócio da Carrossel Comunicação Integrada. Escreve para a Casa do galo às segundas-feiras.

aleribeiro13@gmail.com | http://www.obolacheiro.blogspot.com

27 julho 2007

O Universo da Publicidade - Parte 4

Funções e departamentos. O que é que eu vou fazer numa agência?

Onde e em quais áreas pode atuar o publicitário. As funções e departamentos de uma agência, e seu dia-a-dia. Quais as diferenças entre uma agência grande e uma pequena

Roberto Justus ajudou a desmistificar um pouco as funções de um publicitário, mas o fato é que até pouco tempo atrás, muita gente achava que trabalhar com Publicidade era estar fadado a criar comerciais, anúncios e a ter uma vida cheia de glamour hollywoodiano.

Tá certo que o publicitário que mais aparece na mídia é o de Criação. Tá certo que ninguém ainda assistiu a um filme ou novela onde o protagonista seja um Produtor Gráfico ou RTV. Tá certo que ouvir seus vizinhos ou o jornaleiro comentando sobre a propaganda que você nem disse para eles que criou é quase tão bom quanto morar no Olimpo.

Mas existe vida (e uma rentável forma de ganhá-la), trabalhando em outras funções que as agências oferecem. Por isso, descrevo abaixo cada uma delas, mesmo não me sentindo tão à vontade ao pisar em terrenos distintos, mas nem por isso menos dignos dentro desse mundo de muito trabalho que é a Publicidade.

Atendimento
Lembra o gerente de uma loja: é cortês com o cliente, exigente com seu time;
coordena atividades, manobra as variáveis do dia-a-dia e quase sempre responde por tudo.
À primeira vista é o sujeito mais estressado de uma agência. Mas na verdade está praticando a sua habilidade de antecipar-se frente à Lei de Murphy que, freqüentemente, ronda a execução dos trabalhos. Embora os objetivos estejam definidos, a qualquer momento eles podem mudar. Embora os prazos existam, eles também estão sujeitos a sofrer alterações. E cabe ao atendimento todo o remanejo.
Dessa forma, grande parte da tarefa do profissional de Atendimento consiste no jogo de cintura que mobiliza a todos em prol de um mesmo objetivo, em detrimento das dificuldades que aparecerão no decorrer dos trabalhos.
Fazer acontecer é a palavra de ordem.
Para isso, é o Atendimento que define, juntamente com o cliente, o problema de comunicação a ser resolvido. É também o atendimento que elabora o brief, que vai fomentar a Criação com informações e as diretrizes determinadas pelo cliente e agência.
É o Atendimento que faz o meio-de-campo entre cliente e agência.
É o Atendimento que alinha as expectativas, influencia sem autoridade, apresenta e defende campanhas, segura os prazos, segura os mal entendidos, segura a onda legal.
E por fim, é o Atendimento que rala muito e colhe poucos louros, é verdade. Mas, parafraseando André Furlanetto, um dos maiores nomes do Atendimento, “se na hora da roubada, for o seu telefone a tocar… parabéns. Você é importante. Você é um bom Atendimento”.

Principais características:
Pró-atividade; boa oratória; bom poder de persuasão; bom entendimento de marketing; senso crítico; criatividade estratégica; prazer em imergir no mundo de seus clientes; e habilidades básicas em computação: pacote Office e Publicis (programa específico para gerenciamento de jobs).

Planejamento
Hoje em dia é chamado de Planejamento Estratégico. Creio que esta nova denominação caracteriza muito mais esse profissional de comunicação, responsável por levantar, organizar e analisar informações sobre o produto, o mercado, suas características e possíveis tendências, assim como a concorrência e o consumidor (seus hábitos, idade, sexo, preferências, gostos, freqüências e motivações de compra, percepções etc) e tudo o mais que possa viabilizar a estratégia da marca e o negócio do cliente.
Pesquisar, diagnosticar, antecipar-se, integrar, são as palavras de ordem.
O Planejamento Estratégico é a mais poderosa ferramenta para a construção da marca, para a consolidação da imagem da marca, para a definição de estratégias que viabilizem e principalmente potencializem toda a comunicação.
O Planejamento Estratégico é o fio condutor diante dos novos desafios e mudanças contínuas do mercado. É a agilidade que Atendimento, Mídia e Criação se servem em prol da máxima eficiência de seus trabalhos.

Detesto fazer propaganda gratuita, mas como a causa desse “Especial” é nobre, preciso ressaltar que quem procura uma especialização nessa área deve consultar o site da Miami Ad School. Rumores afirmam que quem faz o curso raramente sai de lá sem um emprego garantido.

Principais características:
Praticamente são as mesmas de um Atendimento.

Criação
São três as principais funções do Publicitário dentro de um departamento de Criação: Diretor de Criação, Redator e Diretor de Arte.
O Diretor de Criação coordena as duplas de criação. Normalmente, trata-se de um profissional gabaritado, que coloca toda a sua experiência a favor da qualidade criativa das peças.
O Redator encarrega-se de conceber campanhas e desenvolver conceitos, títulos, slogans, chamadas, roteiros. A parte textual é com ele mesmo. Geralmente utiliza um profissional de Revisão para a correção dos textos.
O Diretor de Arte é o responsável pela concepção visual das campanhas e peças. Trabalha em conjunto com o Redator e manda e desmanda nas questões relacionadas à imagem.

Principais características:
Geralmente são despojados e mais emocionais do que racionais; têm pleno domínio de informática: softwares de imagem e editoração, animação, Internet, produção etc.

Mídia
O Atendimento e o Planejamento definem o posicionamento e as estratégias para potencializá-lo. A Criação coloca os neurônios para funcionar e desenvolve anúncios, spots de rádio e filmes publicitários voltados para o público-alvo. O profissional de Mídia encontra as melhores maneiras de colocar esse público em contato com os anúncios, spots e filmes produzidos.
Mas não ache que é tão simples assim. Cálculos, gráficos, pesquisas relacionadas à audiência por grade de programação, quais os meios ideais, qual intensidade de comunicação, siglas, termos técnicos e convites para festas patrocinadas por revistas e canais de televisão fazem parte da rotina desse profissional.
O profissional de Mídia é o grande responsável por colocar as campanhas no ar. E isso implica desde a negociação com os veículos até apresentações de soluções diferenciadas em mídia. Por isso, o profissional de Mídia é também considerado criativo. A memorável campanha do Banco Itaú é um bom exemplo de criatividade atribuída ao profissional de Mídia.

Principais características:
É imprescindível a habilidade de lidar com cálculos e fórmulas. Organização é superfundamental: calendários e agendas são essenciais para o profissional de Mídia.

RTV (ou RTVC)
Você gosta de botar a mão na massa? Sintonizar/acompanhar/participar/agilizar/garantir todo o processo de produção daquele superfilme é o seu desejo de consumo?
Bem-vindo à área de RTV.
Sua principal atribuição é o desenvolvimento das peças eletrônicas, os chamados spots, jingles e comerciais de TV. Daí o nome RTV (Rádio e Televisão) ou RTVC (Rádio, Televisão, Cinema).
O profissional de RTV trabalha em total sintonia com o departamento de Criação e fornecedores, como as produtoras de áudio, as produtoras de vídeo e as finalizadoras.
Na verdade, o RTV também trabalha em conjunto com o Atendimento, que solicita as peças, e com a Mídia, que vai colocar as peças no ar.
Fica fácil entender que trabalhar sob pressão é a sua maior virtude.
Mas calma, quem gosta de viver aventuras diferentes todos os dias, se diverte atuando como RTV em uma agência.

Principais características:
Muita pró-atividade e um apurado feeling para intervir diante de alguma “viagem” do diretor de cena na hora da captação de imagens são importantes características de um bom RTV.

Trafégo
O profissional de Trafégo é o responsável pelo fluxo de trabalho do pessoal de Criação e faz um pouco de tudo. Fotolitos, prints, provas, clippings, idas e vindas dos jobs, são só alguns dos materiais sob cuidados desse profissional.
Hoje em dia ainda existem pessoas específicas que coordenam o fluxograma de trabalho da Criação e da Finalização, mas é mais comum essa função ser atribuída a alguém organizado de um desses setores.

Arte-Finalista
Sua principal atividade refere-se à finalização gráfica das peças, antes delas entrarem em produção. Retoques em imagem e adaptação de peças aos mais variados formatos constituem basicamente o seu dia a dia de trabalho.

Produção Gráfica
Assim como o RTV é o responsável pela gestão das peças eletrônicas, o Produtor Gráfico é o responsável pela gestão das peças gráficas.
Em se tratando de anúncios, folders, outdoors, folhetos, cartazes, tudo o que foi desenvolvido pela Criação e finalizado pelo pessoal da arte-final cai nas mãos do Produtor Gráfico.
É ele o profissional que contata e negocia com gráficas, bureaus e ainda assegura a qualidade dos trabalhos, dentro dos prazos e custos estabelecidos.

Um dia-a-dia sem rotina

Se você leu até aqui, sacou que o “quem faz o quê” numa agência, na verdade é bastante sinérgico. Cada cargo necessita do apoio do outro para juntos chegarem a um denominador comum.
Então a grande dúvida que surge agora é: EM QUE MOMENTO AS COISAS SÃO FEITAS?

O processo mais simples e não menos ortodoxo que existe é: o atendimento colhe o brief do cliente ou do Marketing do cliente. Geralmente esse brief nasce de uma conversa onde o cliente passa o motivo e os objetivos do trabalho.
Aí, cabe ao Atendimento digerir tais informações, formalizando a conversa
em uma solicitação de job.
A próxima etapa é fundamentar tudo com estudos e pesquisas. Aqui entra o Planejamento. Esse profissional vai trabalhar de modo a traçar uma diretriz para o trabalho, tendo em vista a marca, o perfil do consumidor, a concorrência, o momento do mercado etc.
Dentro dessa orientação, Mídia e Criação entram na parada, respondendo criativamente a solicitação do job. A campanha toma forma nas mãos da Criação. A Mídia define quais veículos devem ser usados para a comunicação da campanha, assim como o número de inserções que as peças terão nas diferentes mídias.

Campanha concluída. Agora é hora de apresentá-la ao Atendimento que posteriormente vai apresentá-la ao cliente. Por isso, é muito importante que todos os envolvidos participem. Ninguém melhor para explicar um slogan do que o próprio redator.

Pronto. Agora a bola passa para o Atendimento que vai novamente ao cliente.
Se o cliente aprovar a campanha, é a vez dos Produtores Gráficos e RTVs botarem pra quebrar. Anúncios são orçados. Filmes são orçados. Reuniões de pré-produção são realizadas. Fotógrafos são acionados. Ilustradores, também. Negociações com veículos de comunicação são iniciadas.

Campanha no ar. Aumento de vendas. Chegam novos desafios. Você descobre que é tão bom quanto o seu último trabalho.

Simples assim? Nem tanto. O trabalho de refação das peças é muito freqüente em qualquer agência.

Organizado assim? De jeito nenhum. Eu disse “processo mais simples e ortodoxo que pode acontecer”. São perfeitamente cabíveis variações, adaptações, pulo de etapas e até formatos nada estruturados.

Prazo para tudo isso? Depende. Os mais curtos, dois dias. Os mais extensos, de quatro a seis meses.

Agência grande ou pequena, por onde começar?

O correto é começar com um estágio. Faculdade de comunicação nenhuma substitui o que o estágio pode proporcionar.
Por isso, mais vale um estágio legal do que nota 10 em todas as matérias. Se bem que um professor pode indicar você para estágio, caso tire boas notas na matéria dele.
Publicidade é uma profissão que dá trabalho até para a gente descobrir se leva jeito ou não para ela. É preciso tentar. E o estágio serve para isso.
Como você vai saber se tem vocação se não tem prática?
Portanto, não cometa o erro de esperar que a Faculdade resolva seu problema. Faça estágio assim que ele pintar.

Sem enrolação: Agência grande ou pequena?

Complicado dizer. Sei que recém-formados pecam ao procurar emprego apenas nas 30 maiores agências. Mas se você tiver um puta portfolio, pode ser esse o caminho.

Algum tempo atrás era comum o publicitário que estivesse fora do eixo Rio-São Paulo fazer carreira por lá e depois migrar para um grande centro. Hoje, pelo que temos visto, a recíproca também é verdadeira.

VANTAGENS DA AGÊNCIA PEQUENA

- Ideal para estudantes que ainda não têm uma definição sobre qual setor da Publicidade desejam atuar.
- Mais liberdade de atuação nos diferentes setores.
- Facilidade de interação com o pessoal: equipe menor, pessoal mais presente.
- Facilidade de acompanhar o desenvolvimento do job do começo ao fim.
- É comum o profissional possuir mais de uma função e isso geralmente é bem visto na hora da disputa por algum lugar ao sol.
- Possibilidade de ousar, de conseguir resultados expressivos para pequenos clientes.

VANTAGENS DA AGÊNCIA GRANDE

- Possibilidade de contato com os maiores nomes da Publicidade brasileira.
- Possibilidade de trabalhar com grandes marcas, grandes clientes.
- Possibilidade de projeção, desde que você trate com carinho os jobs para criação de nome e de anúncios trade que pintarem (não espere fazer anúncios que vão sair na Veja logo de cara).

As idéias e opiniões expostas nos artigos são de responsabilidade exclusiva dos autores, e podem não refletir a opinião da Casa do galo.



Mauro Mauro Sérgio de Morais, 30, está redator e tem alguma experiência. Também tem alguns prêmios e uma dificuldade tremenda em escrever currículos na terceira pessoa. Escreve para a Casa do galo às sextas-feiras.

maurosergiomsm@yahoo.com.br | http://www.pra-ontem.blogspot.com

26 julho 2007

O Universo da Publicidade - Parte 3

O curso de publicidade

Como é o curso de publicidade, quais as disciplinas que fazem parte do currículo e o que se aprende em cada uma delas

Depois de conhecer os mitos relacionados à publicidade e saber um pouco mais sobre o que levar em consideração na escolha da faculdade, uma questão muito importante é levantada: como é o curso de publicidade? Claro que isso varia de faculdade para faculdade, por isso é muito importante seguir os conselhos do Marcos e do Rafael - assista uma semana de aula nas faculdades onde pretende estudar e vasculhe os sites delas.

A duração média do curso é de quatro anos, e ele é composto de inúmeras disciplinas teóricas e práticas. O curso costuma dar uma boa base teórica tanto para quem pretende seguir carreira na criação, como no marketing.

As disciplinas

Apesar das diferenças entre as faculdades, existe uma grade curricular comum a todas elas. Muitas vezes os nomes das disciplinas são diferentes, mas querem dizer da mesma coisa.

Redação - É, você vai ter que escrever muito. Disciplina que não falta em nenhum curso, talvez seja a de maior carga horária de todos as faculdades. Nela você relembra todas as regras gramaticais, figuras de linguagem, redação publicitária, como criar slogans, etc.
Termos que você vai enjoar de tanto ouvir: slogan, título, texto e assinatura.

Computação gráfica - Onde você aprende a mexer nos softwares mais utilizados por publicitários: Photoshop, Corel, InDesign, FreeHand, Illustrator, Quark, Flash, Dreamweaver, etc. Em geral as noções passadas são básicas, e você não sairá expert em nenhum deles.
Termos que você vai enjoar de tanto ouvir: maçã, clica, “segura o shift” e “botão direito do mouse”.

Fotografia - Uma das disciplinas que eu mais gosto, é comum à praticamente todas as faculdades. Nela você aprende como mexer em câmeras analógicas (com filmes 35mm) e digitais; aprende alguns noções básicas de fotografia, tais como luz, diafragma, obturador, profundidade de campo, enquadramento, sensibilidade do filme entre outras; revelação de fotografias em laboratório; químicos, etc.
Termos que você vai enjoar de tanto ouvir: olhar, ampliação, cores, negativo.

Criação - Talvez a matéria mais apreciada pelos estudantes que preferem a criação ao marketing. Nos primeiros semestres dela você aprende coisas aparentemente inúteis, faz exercícios loucos (alguns parecem de auto-ajuda), criar falas, discursos, e outras coisas. Depois ela vai se focando mais no mercado de criação, quando você começa a desenvolver campanhas, anúncios, peças publicitárias de todos os tipos, e pode pirar. Ela pode ser uma grande fonte para se começar a montar seu portfólio.
Termos que você vai enjoar de tanto ouvir: assinatura, título, texto, portfólio, job.

Ética - Como o próprio nome já diz, é a matéria que tenta incutir em seus alunos questões éticas e morais, tanto para a vida pessoal como para a profissional. Você aprende sobre regulamentações e leis, muitas vezes utilizando-se exemplos reais de campanhas que foram vetadas e censuradas. Deveria ser matéria obrigatória em todas as faculdades.
Termos que você vai enjoar de tanto ouvir: regulamentação, CONAR, censura, proibição.

Estatística - O maior terror das pessoas “normais”. Você aprende noções de estatísticas, cálculos e fórmulas que podem te auxiliar em inúmeras situações, desde no processo de um planejamento estratégico até na elaboração de pesquisas de mercado. Se não estudar para esssa disciplina, já vai se preparando para jogar matérias para frente no próximo semestre.
Termos que você vai enjoar de tanto ouvir: erro amostral, variação, amostra, amostragem, freqüência, estimativa, DP, “fez cola?”.

Teoria da Comunicação - Juntamente com estatística, é uma das disciplinas de mais difícil compreensão do curso todo. Extremamente teórica, você aprende sobre as diferentes teorias de comunicação e quais os processos envolvidos nela. Falando assim eu sei que parece fácil. Mas espera.
Termos que você vai enjoar de tanto ouvir: semiótica, Pierce, signo, sinsigno, locutor, ruído, “peguei DP” e “jubilei”.

História da Arte - Disciplina que procura dar ao aluno uma boa bagagem cultural sobre as diferentes manifestações artísticas, principalmente as artes plásticas. Não se engane achando que ela não te servirá de nada. É uma das matérias mais interessantes e intrigantes de todo o curso.
Termos que você vai enjoar de tanto ouvir: arte, desconstrução, clássico, barroco, arquitetura, “isso é arte?”.

Mídia - Procura dar ao estudante uma boa visão de como funciona o amplo universo midiático. Nela você aprende sobre diferentes veículos, formatos, as tabelas de preços, diferenças entre os tipos de mídias, vantagens e desvantagens de cada uma, etc. Você vai utilizar as noções aprendidas nessa disciplina para toda sua vida profissional, mesmo que não trabalhe especificamente no Dpto de Mídia.
Termos que você vai enjoar de tanto ouvir: veiculação, página, inserção, CPC, CPM, revista, jornal, rádio, IVC.

Planejamento Estratégico - Um grande prazer principalmente para aqueles que pretendem seguir carreira na área do marketing. Ele é uma das mais importantes ferramentas para a existência de qualquer empresa, de qualquer tamanho. Ela que vai nortear todas as ações, esforços de marketing, ciração, campanhas, verbas, produção, logística, promoções, distribuição, e por aí vai.
Termos que você vai enjoar de tanto ouvir: 4P’s, Kotler, Marketing, “O que é marketing?”, case, Nike.

Psicologia - Mesmo que não pareça. todos os grandes marqueteiros e publicitários têm grande noção de psicologia. Nessa disciplina você aprende teorias de percepção, o uso dos princípios psicológicos na linguagem e na comunicação agindo através da visão, sensação, percepção, motivação e criatividade, etc.
Termos que você vai enjoar de tanto ouvir: Gestalt, ratos, condicionamento, Pavlov.

Última chamada

As disciplinas acima são apenas uma pequena parcela daquilo que é ensinado nas instituições, mas servem como uma boa base para quem não sabe muito bem o que vem pela frente no curso de publicidade. Muitas outras disciplinas fazem parte dos currículos das faculdades: cenografia, comunicação comparada, finanças, economia, multimeios, proxêmica, e senta que lá vem história.

É MUITO importante que você entre no site da faculdade e analise a grade horária, leia a ementa das disciplinas para entender um pouco melhor o que será ensinado e, mais do que isso, para cobrar caso algo que não estava na ementa não foi ensinado.

O curso é um grande tesão, e tenho certeza de que você se arrependerá por não ter prestado muita atenção em determinada matéria, ou então por ter decidido tarde demais a começar a levar o curso a sério. Para quem ainda não entrou na faculdade, fica a dica. Para quem está saindo, dançou - fica pra próxima.

And keep rocking, beibe.

Diego Jock Diego Jock, 26, é publicitário, é responsável pelo Dpto. de Marketing da Editora Contexto e Editor da Casa do galo.
diegojock@gmail.com | http://www.casadogalo.com/

25 julho 2007

O Universo da Publicidade - Parte 2

Cursar publicidade. Onde?

Principais faculdades/universidades e seus diferenciais relevantes. Aspectos importantes a se considerar antes da escolha da faculdade.

Lá está você. Se formou no colégio ou está quase se formando. Sofre aquela enxurrada de perguntas dos parentes, amigos e até do porteiro sobre qual curso você vai escolher para fazer na faculdade.

Aí você lê o artigo do Marquito, se identifica e resolve: Vai cursar publicidade. Ótimo! Eu estou cursando e até agora não tenho reclamações.

E então você se empolga. Cada vez que te perguntam você enche o peito e responde orgulhoso: Vou ser publicitário. Até que chega aquele seu tio, que adora acabar com a alegria alheia, querendo saber em qual instituição você vai estudar.

Ao invés de um “ainda não sei”, você não dá o braço a torcer e, como bom aspirante a publicitário, mergulha na pesquisa. Pergunta pro pai e pra mãe, pros amigos, pro professor, pros amigos do professor, pro Google, até que se depara com um porrilhão de pesquisas e rankings.

Cada resultado é uma coisa. A primeira colocada em um, é décima em outro e nem sequer aparece em alguns.

Então você lembra daquele tal de “Guia do Estudante”. Aquele que você viu na banca de revista e pensou “Bah. Isso aí é pra enganar trouxa”, e resolve dar uma chance.

Abre na página do curso de publicidade e vê o quadro:

5 estrelas – ESPM

4 estrelas – USP / Mackenzie / PUC

3 estrelas – FAAP / FECAP / PUC (Campinas) / Unimep / São Marcos / Anhembi-Morumbi

Começa a analisar as faculdades e percebe que a ESPM não está isolada em primeiro à toa. É de longe a melhor opção. Apesar da mensalidade salgada, a Escola Superior de Propaganda e Marketing já possui 55 anos de experiência em formação de profissionais com as maiores taxas de empregabilidade, além das vantagens de suas parcerias acadêmicas.

A ESPM é pioneira na formação de um curso de propaganda e conta com uma parceria com o Clube de Criação de São Paulo (CCSP) e seu Programa de Orientação ao Portfólio, o qual traz os profissionais filiados ao Clube, para orientar a montagem do portfólio dos alunos que optaram pela especialização em Criação.

Nos dois primeiros anos, as disciplinas são voltadas ao entendimento do ser humano como pessoa, ser social e consumidor, tendo um forte embasamento em marketing e nas principais ferramentas de comunicação.

Já no 5º semestre, o aluno escolhe sua especialização entre:

• Comunicação Integrada;
• Criação;
• Marcas, Produtos e Serviços.

Logo atrás está a Escola de Comunicação e Artes da USP, a Pontifícia Universidade Católica (PUC/SP) e a Universidade Presbiteriana Mackenzie. Três representantes de peso da “terra da garoa” que, além da ótima qualidade dos cursos, têm como vantagem a presença de agências representativas na mesma cidade.

A USP é a única estadual entre as citadas, mas para economizar o dinheiro da mensalidade, você não pode economizar esforços na hora de estudar para o vestibular.

No último ano, a nota de corte foi 58, dentre as 90 questões, e a relação candidato/vaga foi 45,74. O curso teve a maior relação c/v nos últimos dois anos da Fuvest.

A PUC São Paulo, detentora de 7 campi, conta com laboratórios de fotografia, rádio, vídeo, informática, computação gráfica e estúdio fotográfico apropriados à formação profissional.

Na Mackenzie, o aluno tem acesso a ateliês, oficinas, estúdios e um avançado centro de radiofusão, além da Agência Júnior, uma das únicas agências juniores dirigida também por alunos.

Ao término do 4º semestre, o aluno faz a opção entre as especialidades de Marketing ou Propaganda, aprofundando os conhecimentos na área pretendida.

Com três estrelas começam a aparecer instituições do interior paulista (sim, existe vida publicitária além-São Paulo), com laboratórios de alta tecnologia, corpo docente qualificado e mensalidades um pouco mais leves para o seu bolso.

O que considerar na escolha da instituição

- Infraestrutura

A qualidade dos laboratórios e equipamentos de fotografia/rádio/tv e informática é imprecindível, afinal você precisa conhecer a tecnologia utilizada quando for disputar uma vaga no mercado de trabalho.

- Aulas práticas/teóricas

Aula prática é aula boa e aula teórica é dia de ir pro barzinho? Não! As aulas teóricas lhe dão o embasamento necessário à aplicação prática. E acredite, história da arte e teorias da comunicação são importantíssimas.

- Formação do corpo docente

Aí entra um dilema. Há quem diga que é melhor ter professores mestres e doutores, com larga experiência acadêmica e profundo conhecimento teórico. Pessoalmente, dou mais valor aos professores que atuam no mercado pois a visão destes tende a ser diferente e mais atualizada que os acadêmicos, mostrando “A vida como ela é”.

Esmiúce o site de cada instituição, leva em conta outras faculdades que não foram citadas, e claro, considere a viabilidade de custo e localização para escolher a sua “casa” para os próximos 4 anos.

Mas lembre-se que o maior diferencial não é a faculdade, e sim o tamanho da sua vontade. Se seguir os conselhos dados pelo Marquito ontem e realmente se dedicar, terá tudo para ser um ótimo publicitário e sua procedência acadêmica virá para somar, e não resumir.

Agora que você já conhece as principais instituições, não deixe de conferir a Casa do Galo amanhã para saber tudo sobre o curso de publicidade.

As idéias e opiniões expostas nos artigos são de responsabilidade exclusiva dos autores, e podem não refletir a opinião da Casa do galo.



Rafael Rafael Amaral, 20, é estudante de Publicidade e Propaganda e arte-finalista da Pinese&Amaral Associados, mas acredita que seu caminho é a redação. Escreve para a Casa do galo às terças-feiras.

1987.rafa@gmail.com | http://www.semrotulo.com/

O Universo da Publicidade - Parte 1

Profissão: publicitário

Principais faculdades/universidades e seus diferenciais relevantes. O que considerar antes de escolher sua faculdade.

A escolha de uma faculdade a se cursar, quando saímos do Ensino Médio, envolve diversas motivações. Pode variar de uma “pressão familiar” a um sonho de infância. Muitos já pensaram em ser médicos, para salvar vidas. Outros astronautas, para ver as estrelas mais de perto. Mas e o publicitário? No que raios aquele moleque (ou aquela moleca) pensava quando decidiu ser um? Será que ela teria idéia das noites viradas em claro, do sem-número de pizzas que tudo isso iria render, das contas ganhas, dos prêmios na estante? Duvido. Eu mesmo, quando resolvi prestar o vestibular para o curso, não sabia se fazia história (uma de minhas grandes paixões), jornalismo ou publicidade. Analisando cada mercado e os meus objetivos a longo prazo, conclui que a propaganda seria o melhor caminho. Por enquanto, tem se mostrado verdade.

A publicidade é uma profissão glamourosa. Pelo menos na década de 80 e começo da de 90 era. Figuras como Washington Olivetto, Dualib, Petit, Zaragoza, Cristina Carvalho Pinto, Alex Periscinoto, só para citar alguns, ajudaram a criar uma aura dourada em torno dela. Era a época em que não existiam tantos profissionais no mercado e que escrever alguns slogans dava muito dinheiro. Não que não continue dando, pelo contrário, paga-se muito bem ao profissional de propaganda, só que a concorrência é pesada e a realidade é outra. Muitos estudantes ingressam na área achando que vão ganhar salários astronômicos e diversos prêmios assim que saírem da escola. Pode até ser que aconteça (se com o Washington aconteceu, por que comigo não, certo?), mas eu garanto que é muito raro.

Para quem resolveu prestar o curso, assistir a uma semana de aulas em alguma faculdade pode ser muito esclarecedor. É bom para sentir o ambiente e descobrir como são as pessoas que irão competir ou trabalhar com você, afinal, você deve passar seus próximos quatro anos (no mínimo) nesse lugar.

Algumas verdades e não tão verdades assim

- Você vai ter que ler muito. Provavelmente muito mais do que lê hoje. Mas não precisam ser três jornais por dia, como dizem por ai. Um já está de bom tamanho.

- Leia o Harry Potter. Por quê? Porque é legal, oras. Mas não deixe de ler os clássicos também.

- Vai ter que assistir muita TV, ouvir rádio, acessar tudo o que é novidade na internet, conversar com a pessoa ao seu lado no ônibus, ouvir a reclamação da velhinha na fila do banco. Publicitário bom é publicitário informado.

- Ah, leia também a Caras. Quem vê Caras não vê coração (opa, olha o trocadalho ai), e com certeza você vai tirar ótimas sacadas de lá.

- Dê uma passadinha na 25 de março aqui em São Paulo. Observe como aqueles caras vendem de tudo na rua. É bom pra aprender a negociar.

- Vender? É isso mesmo. Publicitário é um vendedor com diploma. Ou você pensou que seria o que?

- Lembra daquela mostra de arte concretista? Vai ter que ir também. Último filme do Almodóvar? Dois ingressos, por favor.

- Virar a noite no escritório? Só quando se faz necessário. Não deixe que isso vire regra. De que adianta ganhar um super-salário e não ter tempo para desfrutá-lo?

Agora, para quem já escolheu e quer saber a diferença entre a Criação e o Marketing, basicamente é assim: no curso de propaganda você tem aulas de criação publicitária, redação, fotografia, computação gráfica e design, história da arte, produção gráfica, cenografia, mídia, produção audiovisual, marketing e planejamento estratégico (com uma ênfase menor para esses dois últimos) entre outros. No Marketing as disciplinas tradicionais são: finanças, planejamento estratégico, marketing, mídia e economia (alguém ai complete, se eu esqueci de alguma. Eu fiz criação.). Existem ainda as matérias comuns para os dois cursos que são psicologia, ética e legislação, multimeios, proxêmica, estatística (ah, pensou que ia escapar da matemática é?), teoria da comunicação (o terror de muitos alunos) e comunicação comparada.

Quando for para o mercado de trabalho, passe um tempo em cada área, principalmente quando estagiário, para ter certeza do que realmente quer desenvolver em sua futura carreira. Eu fiz isso e foi muito bom.

Só não encarem isto como uma cartilha, uma tabuada. Seu sucesso profissional (e pessoal) não está em nenhuma regra a não ser a sua. Mas é claro que alguns conselhos são sempre bem-vindos. Espero ter ajudado a acender a lâmpada na cabeça de vocês.

As idéias e opiniões expostas nos artigos são de responsabilidade exclusiva dos autores, e podem não refletir a opinião da Casa do galo.



Marcos Marquito, 23, é publicitário formado pelo Mackenzie e adora a criação, mas hoje aventura-se pelo Mobile Marketing na Editora Abril. Escreve para a Casa do galo às quartas-feiras.

marcos.cangiano@gmail.com | http://www.divagacoeseideias.blogspot.com

Opa

Ando meio afastado aqui do blog. Estou com algumas outras coisas para fazer que não tem me dado espaço para escrever aqui. Uma delas é o último livro do Harry Potter, que recebi essa segunda e não parei mais de ler. Quando terminar público uma resenha aqui!

Essa semana, na Casa do Galo, estamos publicando um especial sobre Publicidade. Algo como "Tudo o que Você queria saber, mas nunca teve coragem de perguntar". É dividido em seis partes e a primeira fui eu quem escrevi. Vou publicar todos os artigos aqui durante essa semana.

Abraços!

11 julho 2007

Um pouquinho de magia

A coluna de hoje, na Casa do Galo:


Se tem uma outra Casa que admiro além dessa aqui (o Galo me pagou para dizer isso) é uma casa que tem as idéias mais malucas e criativas do cinema nos últimos tempos. Essa casa é a Pixar.

Pra resumir a história toda, ela é do Steve “olha eu aqui traveis” Jobs . Na verdade da Disney, mas com o Mago Steve como acionista mor. O cara vendeu o estúdio de animação para a empresa do Mickey pela bagatela de US$ 7.4 bilhões e continua dono. Em 2004 ele resolveu romper o contrato de distribuição que tinha com a Disney, alegando pouca participação nos lucros. Esperto (e sortudo) sou eu né? E sabe quanto ele pagou pela Pixar na década de 80 (na época nas mãos de outro mago, George Lucas)? “Apenas” US$ 10 milhões - uma pechincha. Mas chega de falar de números. Só gosto de números na minha conta. Quem quiser saber um pouquinho mais dos números da Pixar e do Steve, acessa aqui ó.

A última criação deles é o tal do Ratatouille (que é o nome de um prato francês, além da associação óbvia com o ratinho-protagonista). Só pelos trailers achei a animação maravilhosa. Depois fui conferir um making-off e me surpreendi ainda mais. Para desenvolver as texturas dos alimentos, os artistas (ou animadores, para os mais ortodoxos) aprenderam a cozinhar(!), para depois fotografar os pratos e aplicar na versão virtual. Outro filme deles que impressionou bastante pelo nível de fidelidade com “coisas” reais, foi o Procurando Nemo. Quem ai assistiu lembra-se daqueles corais? Perfeitos. Eles levam a perfeição ao extremo em alguns aspectos. No Monstros S/A, eles animaram separadamente cada pêlo do corpo do Sullivan, o monstrão azul. E podem apostar, eram muitos.

Toda essa criatividade é liderada por John Lassater, um ilustrador que deixou a Disney na década de 80 para participar do projeto embrionário do que viria ser a Pixar. Hoje ele é Diretor Criativo. Fiquem de olho no próximo projeto deles, Wall-E. Ouvi dizer que o filme não vai ter nenhum dublador real, as vozes serão todas feitas por computador. É ouvir para crer.

Agora vocês me perguntam, o que tudo isso tem a ver com publicidade? Aparentemente nada, afinal estou escrevendo sobre um estúdio de animação, ratos, peixes, monstros e um maluco que inventou um tocar de música que cabe em qualquer bolso. O que muita gente não sabe, é que a Pixar já produziu muitos comerciais. E, por tabela, influenciou todo um mercado com a tecnologia que desenvolveu. Por muitas vezes, os criativos do estúdio não tinham nada que desse suporte as suas idéias, então eles desenvolviam o programa para animar os seus personagens. Quem lembra dos comerciais da Brahma com a tartaruga e o Siri? E que tal os da Assolan, pra ficar mais atual? Pois é, esses são só alguns exemplos. Sem a Pixar, nada feito. E confesso, um comercial com animação (quando bem feito) tem outro charme. Querem lembrar alguns exemplos de filmes publicitários produzidos por eles? É só acessar esse link e navegar pela linha do tempo no final da página.

Um abraço e até a semana que vem.

04 julho 2007

Simpsons


Quem ai não gosta de Simpsons?

A série só tem 3 anos a menos que eu (tenho 23) e continua imbativel, sempre se renovando e cada dia mais ácida. É de longe a série mais longeva da história da televisão (em temporadas).

Após muitos anos, resolveram fazer um filme. Logo pensei: JesusMariaJosé, vão querer fazer um live action (filmado com atores reais). Vão acabar com a credibilidade do Matt Groening. Para meu alívio, fizeram em desenho animado mesmo. Ufa!

O longa sai esse mês e a Fox, distribuidora e detentora dos direitos sobre a série, desenvolveu uma estratégia de comunicação muito original. Eles fecharam uma parceria com as lojas de conveniência SevenEleven, dos Estados Unidos, e transformaram algumas delas na Kwik-e-Mart, a loja do Apu! E ainda estão vendendo alguns produtos de verdade, como a Buzz Cola e o cereal KrustyO's! Sensacional! Só faltou uma Duff.







E que tal esse viralzinho que está rolando no YouTube?



Agora é só pegar a sua Buzz Cola e correr para o cinema mais próximo!

Pix via Jovem Nerd News

p.s.

Caramba, vocês devem pensar, que merchan que esse cara fez. Mas eu dou a mínima. Adoro a série e divulgo mesmo!

Iphone (ou você pensou que eu iria usar algum outro título só para deixar essa coluna com uma cara blasé?)

A coluna de hoje, na Casa do Galo:


Mesmo que você tenha se isolado em alguma caverna do Afeganistão, para tomar um chá (por que bebida alcóolica, Alá não permite) com o Bin Laden, deve ter ouvido falar do mais novo brinquedinho do Steve Jobs, lançado na última sexta-feira, nos EUA. Só comparável ao burburinho em torno do Iphone, foi o do lançamento do Nintendo Wii, o console que revolucionou a maneira de se jogar video-game (alguém ai já experimentou? Eu já, e digo: é demais! Diferente de qualquer coisa que você já tenha brincado).

Formaram-se filas de vários dias, com direito até a um viciado (?!?) nelas. Os primeiros a receber o aparelho, foram dois jornalistas, um deles colunista do The New York Times, David Pogue , que escreveu um artigo completo com as suas primeiras impressões sobre o bichão. Bem interessante.

Aqui para os nosso lados, alguns portais como o Terra, reservaram um bom espaço para a cobertura do lançamento. Notícias fresquinhas informam que algumas operadoras daqui querem antecipar a vinda do gadget para antes de 2009, data estipulada pela propria Apple. Um passarinho narigudo me contou, que um cara que foi até a agência em que ele trabalha já tinha um (isso em plena segunda-feira após o início das vendas). Não sei para que, afinal não vai poder usar metade das funções, além de que, se quiser usar mesmo, terá de pagar ligações internacionais para falar. É melhor ele não mostrar o Ipod de luxo dele para esses caras aqui.

Creio que o Iphone seja tudo isso e mais um pouco. Eu também quero um quando chegar aqui, oras! É o exemplo claro de convergência tecnológica que tanto se fala hoje, mas ninguém sabe muito bem o que é. Acredito que ele abra uma nova perspectiva para tudo relacionado a mobilidade (publicidade, formatos, tecnologia, etc.). Já até imagino o que vou bolar de pacotes publicitários para ele. Hehe.

Mas se você já está de saco cheio de tudo isso e não aguenta mais os aduladores do Steve Jobs, leia esta histórinha.

Um abraço e até a semana que vem.