19 outubro 2007

O conto de Jack, o Criativo no Condado do Marketing - Ato Final

Foi como um clarão de luz iluminando a noite.

Nossos heróis estavam prestes a virar rebarba de refilação, quando os salvadores chegaram. Aos portões de Cannes, chegava o Exército da Liga dos Publicitários, liderados pelo general Guanáes, vestido com a sua armadura branca reluzente (lavada com OMO, versão especial para armaduras e cotas de malha), terços e afoxés. Ao seu lado vinham D,P, e Z, conhecidos como os três irmãos malucos e Marcelo Serpa (o publicitário, não a cerveja).

- Soltem esses homens, bradou Guanáes.

- Aha! Eis que surge o Baiano Louco, devolveu Justus, com seu topete inabalável.

- Hahaha, ouvi dizer que os negócios não andam assim tão bem. Não é dessa vez que você ganhará essa conta! Parece que o Topete não é lá tão topetudo. Mas chega de papo. Criativos! Avancem!

E com o rufar dos crachás, a batalha começou. Mas não era uma batalha qualquer. Era a batalha que selaria o destino do Condado do Marketing.

O sangue jorrava como cafézinho após o almoço. Assistentes da Criação e Analistas de Marketing Jr degladiavam-se no campo de guerra.

- Morram engravatados!

- Hippies de merda! Engulam o InDesign!

Do outro lado, Justus e Guanáes travavam uma luta pessoal.

- Sua hora chegou Grande Topete! Você achou que sobreviveria a mais uma temporada de bronzeamento artificial em Cannes? Nunca mais! Sempre quis dizer isso: Você está D-E-M-I-T-I-D-O!

- Nãããããããooooo! Nunca! Nunca usarás meu golpe especial contra mim!

Mas já era tarde. A gravata afroxou, o topete caiu e palm top falhou. Justus estava morto. E com ele começava a derrocada do Condado.

- Vejam, gritaram os Analistas e Especialistas, nosso mestre! Não é possível!

- Chegou a hora de libertar BlackBerry! Libertem BlackBerry!

Quando a batalha parecia terminada, o grande dragão negro surgiu das entranhas da costa francesa. Era enorme, abissal. E usava uma gravata Armani.

A fera decolou e começou a jorrar rajadas de fogo sobre a multidão. O caos reinava.

Mas e nossos heróis? No calor da batalha acabamos perdendo-os de vista. Só que Jack continuava sua busca!

- Venha Estagiarius, avance! Estamos muito próximos do Auditório Negro, onde os boatos dizem estar a bela Sucesso!

Quando eles menos esperavam, saltaram de trás de uma moita as vis Planilhas de Excel, seres perversos que amedrontavam qualquer criativo.

- Deixe-os comigo Mestre, gritou Estagiárius, vá em frente e salve sua donzela!

- Certo! Já estava mais do que na hora de você aprender a lidar com as Planilhas!

E partindo em frente, Jack só podia ouvir os gritos distantes da batalha.

Mais a frente ele avistou o grande auditório. Parecia destruido, símbolo de uma época de glória anterior. Não querendo perder mais tempo, adentrou o recinto.

Era escuro e tinha um cheiro peculiar. Seria obra dos Marketeiros Olfativos, pensou consigo mesmo. Nas paredes podiam-se ver tapeçarias antigas. Eram ilustradas com os antigos Reclames, uma lingua arcaica, falada pelos primeiros habitantes do Condado.

Andando em meio as poltronas do Auditório, Jack avistou o palco. E lá, reluzindo como ouro, havia uma figura. Seu coração palpitava como pipoca na panela. Será Sucesso? Para sua surpresa, a figura era uma estátua, um leão dourado. Quando chegou perto, como por mágica, o leão criou vida e falou:

- HÁ! PEGADINHA!

- Mas que loucura toda é essa?

- Loucura? Achou que a gostosa da Sucesso estaria aqui? RáRáRá! Perdeu Playboy! Um magnata árabe chegou primeiro e a levou com os seus petrodólares. É vida meu amigo. Business. Show me the Money.

- Mas… e agora? Toda essa busca foi inutil? Tantos morreram por nada?

- Bom… se você quiser… pode aproveitar desse corpinho aqui. Fico muito bem como peso de papel…

- É, acho que não é um mal negócio. Um leão de ouro na minha mesa. Nada mal.

FIM

***

Para quem não pegou a brincadeira aqui, resolvi escrever uma estórinha com grandes figuras, fatos e lendas da publicidade. Peço sinceras desculpas se ofendi alguém. Se vocês, Nizan Guanáes, Roberto Justus, Duailib - Petit - Zaragosa e Marcelo Serpa se sentiram chateados, é só pedir que eu troco os nomes.

10 outubro 2007

E o Buraco do Metrô?

Para quem ficou curioso e não ouviu mais falar a quantas anda o buraco da estação pinheiros do metrô de São Paulo, que virou uma cratera e matou algumas pessoas, dêem uma olhada na foto:



A área original do buraco era mais ou menos essa circulada em vermelho na foto. Olha o tamanhozinho que virou.

Abraços.

p.s.

Sobre o caso não ouvi falar mais nada...

O conto de Jack, o Criativo no Condado do Marketing - 3° ato

Era difícil distinguir poeira e forma.

Enxergavam-se apenas vultos distorcidos em meio ao calor da luta.

O que seguiu-se foi uma das mais violentas batalhas já presenciadas. Ao que parece, os Bandoleiros da Mídia tentaram uma embosca traiçoeira para com o nosso herói. Armaram a Defesa de Mídia para pegá-lo desprevenido. Mas Jack foi mais forte e foi derrubando os executivos um a um. Ao fim, quando não sobrou plano de mídia algum para contar história, Jack bradou:

- Estagiárius? Você está ai?

- Ai…

- Levante-se rapaz! Nossa campanha não está nem próxima de seu fim! E o nosso deadline se aproxima!

- Vamos em frente mestre…

Com a coragem dos justos e a barriga cheia de fast food, nossos heróis partiram para mais uma vez para as tendências, estradas que levavam a Cannes.

Próximo do anoitecer e já derrotados pelas horas extras intermináveis, Jack e Estagiárius avistaram luzes ao final da estrada. Alguns passos a frente, uma empena velha e suja dizia:

“Bem vindos a Cannes, terra dos martinis com azeitona, calças fusô, golas rôle e óculos Ray-Ban”

Sem entender mais nada, resolveram seguir em frente.

Aos portões de Cannes, conseguiram avistar a cidade. E estava vazia. Ouvia-se apenas ao longe o barulho contínuo de tambores, que crescia e se aproximava cada vez mais. Vultos começaram a surgir por todos os lados. Eram milhares deles, andavam sem camisa vestindo apenas bermudas floridas e tinham cabelos platinados, para combinar com seus chinelos de couro branco. O pior dos pesadelos de qualquer herói criativo: Os Jurados.

Falando sem parar, contando suas proezas em Cotê d’Azzur, passeios de iate, bronzeamentos artificiais e aplicações de Botox, Os Jurados não paravam de surgir. Nosso herói e seu fiel escudeiro encontravam-se encurralados. O barulho dos smartphones era ensurdecedor. Até que, como num passe de mágica, a multidão silenciou e do meio dela, surgiu o Grão-Mestre Jurado - Justus, conhecido por seu topete indestrutível. Então o líder falou:

- Reles mortais, o que pensavam quando resolveram se misturar a nós, os Jurados de Cannes?

Jack sabia que precisava ganhar tempo e qualquer movimento em falso colocaria tudo a perder:

- Esse seu cabelo, você usa creme fixador?

- Ah, bom, ahn.. já que você perguntou, resolvi experimentar um tratamento japonês, última palavra em modelagem de topete. O que você acha?

- Hum, nada mal, nada mal. Só usaria um pouco mais de laquê para dar brilho.

- É verdade… mas, espere ai! Homens, agarrem-nos! Esses dois astutos estão tentando adiar o inadiável! A vitória do Marketing sobre a criação! A vitória do Mal sobre o Bem!

Todos os Jurados sacaram suas Injeções Paralisadoras de Botox e partiram para cima de Jack.

E foi quando tudo aconteceu.

***

Acompanhem, na próxima semana, o derradeiro e último capítulo da saga de Jack, o Criativo! Só aqui na nossa, na sua, na minha: Casa do Galo!

O conto de Jack, o Criativo no Condado do Marketing - 2° ato

Fiquei devendo a continuação para vocês. Lá vai:


- Miragens. Eu vejo miragens Estagiarius?

- Não Mestre, o que vê são apenas moinhos*.

- Miragens. Eu vejo miragens Estagiarius?

- Não Mestre, o que vê são apenas moinhos.

E o quase monólogo se repetiu por horas a fio. Nosso fidalgo Jack e seu bravo escudeiro cruzavam o desfiladeiro de Marasmo e Mesmices, um lugar ermo e tenebroso, que fazia quem passasse por seus corredores estreitos repetir-se até alcançar a saída.

- Bendito sejam os portfólios, será que alcançamos a saída deste lugar maldito?

- Creio que sim mestre!

- Vejo placas! Mas.. são placas voadoras! Placas enormes e voadoras!

- São os Outdoors mestre! Passáros que trazem mensagens em seus corpos!

- Veja, lá vem um! Está escrito… “beba Coca-Cola” (…) O que é uma Coca-Cola?

- É um elixir que dizem ser milagroso. Pelo que consta, ele limpa até as fossas mais impregnadas dos castelos.

- Hum… E me parece que eles fogem de algum lugar…

- O povo diz que é de um país longinqüo onde não são mais bem-vindos. E, se estou bem certo, eles vão direto para Cannes!

- Pois vamos atrás deles! Ahoa!

Após mais algumas horas interminaveis, nossos heróis resolveram parar para repor as energias. E para isso, nada melhor que a…

Proclamação Publicitária

ESTALAGEM DO PUBLICITÁRIO FELIZ! Sempre com uma perto de você!

Entre nossas campanhas estão o Photoshop Flambado com Cheddar! O delicioso MAXI BURGUER MÍDIA! E o não menos suculento Milk-Shake sabor Blur com chanfro e entalhe!

E não é só isso! Pedindo pelo PubliLanche Feliz, você leva de brinde exclusivos Leõezinhos colecionáveis!

Venha hoje mesmo e peça pela campanha número 1!

Proclamação Publicitária

Saindo da ESTALAGEM DO PUBLICITÁRIO FELIZ, nossos heróis são surpreendidos pelas escória mais perigosa da região, os Bandoleiros da Mídia!

- Alto lá gentis! Vejo que estão com os bolsos carregados e é nosso dever aliviá-los deste “excesso de peso”.

Armados até os dentes com suas gravatas, smartphones e midia kits, os Bandoleiros partiram para o ataque:

- Defenda a sua pasta Estagiárius! Venha comigo!

- Até a última ajuda de custo mestre!

***

Continua na próxima semana.

01 outubro 2007

Plágio no JB

Plágio é algo normal na arte, no cinema, na propaganda e até mesmo na literatura. Quanto mais nas crônicas. Mas quando ela acontece de um blog para um jornal que se diz respeitado, é no mínimo, engraçado (quando lembramos da recente campanha do Estado de SP "rebaixando" os blogueiros).

Outro dia (30/09), o Fausto Wolff publicou a sua coluna no Jornal do Brasil. Um texto mordaz e gostoso de se ler. Pena que o tal do texto já tinha dono. Marconi Leal tem um dos blogs mais legais aqui do Brasil. Ele brinca com um paradigma do que é ler na tela do computador (você tem dor de cabeça de tanto rir, não de tanto ler).

Aconselho a todos que consumam doses diárias (do texto do Marconi).

Que feio Fausto.

Enviei um e-mail para a Ana Tahan, editora-chefe do jornal (jornaleco segundo amigos próximos. Eu não leio-o) mas ela não teve tempo de responder ou nem se deu ao trabalho. Estou sentido (aqui reside uma ironia).

p.s.

Por meio do Marconi, soube que o Fausto passa por problemas de saúde sérios que podem tê-lo levado ao famigerado plágio. Não acho que justifique, sinceramente. Mas estimo melhoras a ele.

É só.