10 dezembro 2007

2008 vem ai

Viagens, vida nova e novos projetos.

O blog continua (mesmo que quase largado).

Mas vem coisa boa por ai.

Sentem, abram uma cerveja e assistam de camarote.

Cheers up mate!

03 dezembro 2007

SEGUNDA-feira



É claro que eu não deixaria passar. "Aqui é Corintia!" eles dizem. Aqui não! Na segundona!

Valeu! Abraços do Pentacampeão!

27 novembro 2007

Vale o registro

Amy Winehouse não está nem ai pra nada. Olha mais de perto:


HAHAHA! Junkie total! nariz detonado de tanto cheirar e o pesadelo do seu dentista na boquinha sensual da moça.

Mas canta pra caralho.

Via PapelPop

O animal da publicidade



Video comemorativo de um ano da Casa do galo (onde eu escrevo todas as quartas-feiras).

14 novembro 2007

Olha o buraco ai gente!


Achei uma foto antiga do buraco do metrô! Ainda estava em fase de abertura (podem ver, tem terra dentro). Tirei no começo de 2006.

Comparem com a imagem do post mais abaixo.

Abraços

05 novembro 2007

Pentacampeão



Não tive tempo nem para publicar uma notinha...

Parabéns a todo o elenco, comissão técnica, funcionários e dirigentes desse clube que se supera cada vez mais.

Desse jeito não vai ter pra ninguém no ano que vem!

Saudações Tricolores!

19 outubro 2007

O conto de Jack, o Criativo no Condado do Marketing - Ato Final

Foi como um clarão de luz iluminando a noite.

Nossos heróis estavam prestes a virar rebarba de refilação, quando os salvadores chegaram. Aos portões de Cannes, chegava o Exército da Liga dos Publicitários, liderados pelo general Guanáes, vestido com a sua armadura branca reluzente (lavada com OMO, versão especial para armaduras e cotas de malha), terços e afoxés. Ao seu lado vinham D,P, e Z, conhecidos como os três irmãos malucos e Marcelo Serpa (o publicitário, não a cerveja).

- Soltem esses homens, bradou Guanáes.

- Aha! Eis que surge o Baiano Louco, devolveu Justus, com seu topete inabalável.

- Hahaha, ouvi dizer que os negócios não andam assim tão bem. Não é dessa vez que você ganhará essa conta! Parece que o Topete não é lá tão topetudo. Mas chega de papo. Criativos! Avancem!

E com o rufar dos crachás, a batalha começou. Mas não era uma batalha qualquer. Era a batalha que selaria o destino do Condado do Marketing.

O sangue jorrava como cafézinho após o almoço. Assistentes da Criação e Analistas de Marketing Jr degladiavam-se no campo de guerra.

- Morram engravatados!

- Hippies de merda! Engulam o InDesign!

Do outro lado, Justus e Guanáes travavam uma luta pessoal.

- Sua hora chegou Grande Topete! Você achou que sobreviveria a mais uma temporada de bronzeamento artificial em Cannes? Nunca mais! Sempre quis dizer isso: Você está D-E-M-I-T-I-D-O!

- Nãããããããooooo! Nunca! Nunca usarás meu golpe especial contra mim!

Mas já era tarde. A gravata afroxou, o topete caiu e palm top falhou. Justus estava morto. E com ele começava a derrocada do Condado.

- Vejam, gritaram os Analistas e Especialistas, nosso mestre! Não é possível!

- Chegou a hora de libertar BlackBerry! Libertem BlackBerry!

Quando a batalha parecia terminada, o grande dragão negro surgiu das entranhas da costa francesa. Era enorme, abissal. E usava uma gravata Armani.

A fera decolou e começou a jorrar rajadas de fogo sobre a multidão. O caos reinava.

Mas e nossos heróis? No calor da batalha acabamos perdendo-os de vista. Só que Jack continuava sua busca!

- Venha Estagiarius, avance! Estamos muito próximos do Auditório Negro, onde os boatos dizem estar a bela Sucesso!

Quando eles menos esperavam, saltaram de trás de uma moita as vis Planilhas de Excel, seres perversos que amedrontavam qualquer criativo.

- Deixe-os comigo Mestre, gritou Estagiárius, vá em frente e salve sua donzela!

- Certo! Já estava mais do que na hora de você aprender a lidar com as Planilhas!

E partindo em frente, Jack só podia ouvir os gritos distantes da batalha.

Mais a frente ele avistou o grande auditório. Parecia destruido, símbolo de uma época de glória anterior. Não querendo perder mais tempo, adentrou o recinto.

Era escuro e tinha um cheiro peculiar. Seria obra dos Marketeiros Olfativos, pensou consigo mesmo. Nas paredes podiam-se ver tapeçarias antigas. Eram ilustradas com os antigos Reclames, uma lingua arcaica, falada pelos primeiros habitantes do Condado.

Andando em meio as poltronas do Auditório, Jack avistou o palco. E lá, reluzindo como ouro, havia uma figura. Seu coração palpitava como pipoca na panela. Será Sucesso? Para sua surpresa, a figura era uma estátua, um leão dourado. Quando chegou perto, como por mágica, o leão criou vida e falou:

- HÁ! PEGADINHA!

- Mas que loucura toda é essa?

- Loucura? Achou que a gostosa da Sucesso estaria aqui? RáRáRá! Perdeu Playboy! Um magnata árabe chegou primeiro e a levou com os seus petrodólares. É vida meu amigo. Business. Show me the Money.

- Mas… e agora? Toda essa busca foi inutil? Tantos morreram por nada?

- Bom… se você quiser… pode aproveitar desse corpinho aqui. Fico muito bem como peso de papel…

- É, acho que não é um mal negócio. Um leão de ouro na minha mesa. Nada mal.

FIM

***

Para quem não pegou a brincadeira aqui, resolvi escrever uma estórinha com grandes figuras, fatos e lendas da publicidade. Peço sinceras desculpas se ofendi alguém. Se vocês, Nizan Guanáes, Roberto Justus, Duailib - Petit - Zaragosa e Marcelo Serpa se sentiram chateados, é só pedir que eu troco os nomes.

10 outubro 2007

E o Buraco do Metrô?

Para quem ficou curioso e não ouviu mais falar a quantas anda o buraco da estação pinheiros do metrô de São Paulo, que virou uma cratera e matou algumas pessoas, dêem uma olhada na foto:



A área original do buraco era mais ou menos essa circulada em vermelho na foto. Olha o tamanhozinho que virou.

Abraços.

p.s.

Sobre o caso não ouvi falar mais nada...

O conto de Jack, o Criativo no Condado do Marketing - 3° ato

Era difícil distinguir poeira e forma.

Enxergavam-se apenas vultos distorcidos em meio ao calor da luta.

O que seguiu-se foi uma das mais violentas batalhas já presenciadas. Ao que parece, os Bandoleiros da Mídia tentaram uma embosca traiçoeira para com o nosso herói. Armaram a Defesa de Mídia para pegá-lo desprevenido. Mas Jack foi mais forte e foi derrubando os executivos um a um. Ao fim, quando não sobrou plano de mídia algum para contar história, Jack bradou:

- Estagiárius? Você está ai?

- Ai…

- Levante-se rapaz! Nossa campanha não está nem próxima de seu fim! E o nosso deadline se aproxima!

- Vamos em frente mestre…

Com a coragem dos justos e a barriga cheia de fast food, nossos heróis partiram para mais uma vez para as tendências, estradas que levavam a Cannes.

Próximo do anoitecer e já derrotados pelas horas extras intermináveis, Jack e Estagiárius avistaram luzes ao final da estrada. Alguns passos a frente, uma empena velha e suja dizia:

“Bem vindos a Cannes, terra dos martinis com azeitona, calças fusô, golas rôle e óculos Ray-Ban”

Sem entender mais nada, resolveram seguir em frente.

Aos portões de Cannes, conseguiram avistar a cidade. E estava vazia. Ouvia-se apenas ao longe o barulho contínuo de tambores, que crescia e se aproximava cada vez mais. Vultos começaram a surgir por todos os lados. Eram milhares deles, andavam sem camisa vestindo apenas bermudas floridas e tinham cabelos platinados, para combinar com seus chinelos de couro branco. O pior dos pesadelos de qualquer herói criativo: Os Jurados.

Falando sem parar, contando suas proezas em Cotê d’Azzur, passeios de iate, bronzeamentos artificiais e aplicações de Botox, Os Jurados não paravam de surgir. Nosso herói e seu fiel escudeiro encontravam-se encurralados. O barulho dos smartphones era ensurdecedor. Até que, como num passe de mágica, a multidão silenciou e do meio dela, surgiu o Grão-Mestre Jurado - Justus, conhecido por seu topete indestrutível. Então o líder falou:

- Reles mortais, o que pensavam quando resolveram se misturar a nós, os Jurados de Cannes?

Jack sabia que precisava ganhar tempo e qualquer movimento em falso colocaria tudo a perder:

- Esse seu cabelo, você usa creme fixador?

- Ah, bom, ahn.. já que você perguntou, resolvi experimentar um tratamento japonês, última palavra em modelagem de topete. O que você acha?

- Hum, nada mal, nada mal. Só usaria um pouco mais de laquê para dar brilho.

- É verdade… mas, espere ai! Homens, agarrem-nos! Esses dois astutos estão tentando adiar o inadiável! A vitória do Marketing sobre a criação! A vitória do Mal sobre o Bem!

Todos os Jurados sacaram suas Injeções Paralisadoras de Botox e partiram para cima de Jack.

E foi quando tudo aconteceu.

***

Acompanhem, na próxima semana, o derradeiro e último capítulo da saga de Jack, o Criativo! Só aqui na nossa, na sua, na minha: Casa do Galo!

O conto de Jack, o Criativo no Condado do Marketing - 2° ato

Fiquei devendo a continuação para vocês. Lá vai:


- Miragens. Eu vejo miragens Estagiarius?

- Não Mestre, o que vê são apenas moinhos*.

- Miragens. Eu vejo miragens Estagiarius?

- Não Mestre, o que vê são apenas moinhos.

E o quase monólogo se repetiu por horas a fio. Nosso fidalgo Jack e seu bravo escudeiro cruzavam o desfiladeiro de Marasmo e Mesmices, um lugar ermo e tenebroso, que fazia quem passasse por seus corredores estreitos repetir-se até alcançar a saída.

- Bendito sejam os portfólios, será que alcançamos a saída deste lugar maldito?

- Creio que sim mestre!

- Vejo placas! Mas.. são placas voadoras! Placas enormes e voadoras!

- São os Outdoors mestre! Passáros que trazem mensagens em seus corpos!

- Veja, lá vem um! Está escrito… “beba Coca-Cola” (…) O que é uma Coca-Cola?

- É um elixir que dizem ser milagroso. Pelo que consta, ele limpa até as fossas mais impregnadas dos castelos.

- Hum… E me parece que eles fogem de algum lugar…

- O povo diz que é de um país longinqüo onde não são mais bem-vindos. E, se estou bem certo, eles vão direto para Cannes!

- Pois vamos atrás deles! Ahoa!

Após mais algumas horas interminaveis, nossos heróis resolveram parar para repor as energias. E para isso, nada melhor que a…

Proclamação Publicitária

ESTALAGEM DO PUBLICITÁRIO FELIZ! Sempre com uma perto de você!

Entre nossas campanhas estão o Photoshop Flambado com Cheddar! O delicioso MAXI BURGUER MÍDIA! E o não menos suculento Milk-Shake sabor Blur com chanfro e entalhe!

E não é só isso! Pedindo pelo PubliLanche Feliz, você leva de brinde exclusivos Leõezinhos colecionáveis!

Venha hoje mesmo e peça pela campanha número 1!

Proclamação Publicitária

Saindo da ESTALAGEM DO PUBLICITÁRIO FELIZ, nossos heróis são surpreendidos pelas escória mais perigosa da região, os Bandoleiros da Mídia!

- Alto lá gentis! Vejo que estão com os bolsos carregados e é nosso dever aliviá-los deste “excesso de peso”.

Armados até os dentes com suas gravatas, smartphones e midia kits, os Bandoleiros partiram para o ataque:

- Defenda a sua pasta Estagiárius! Venha comigo!

- Até a última ajuda de custo mestre!

***

Continua na próxima semana.

01 outubro 2007

Plágio no JB

Plágio é algo normal na arte, no cinema, na propaganda e até mesmo na literatura. Quanto mais nas crônicas. Mas quando ela acontece de um blog para um jornal que se diz respeitado, é no mínimo, engraçado (quando lembramos da recente campanha do Estado de SP "rebaixando" os blogueiros).

Outro dia (30/09), o Fausto Wolff publicou a sua coluna no Jornal do Brasil. Um texto mordaz e gostoso de se ler. Pena que o tal do texto já tinha dono. Marconi Leal tem um dos blogs mais legais aqui do Brasil. Ele brinca com um paradigma do que é ler na tela do computador (você tem dor de cabeça de tanto rir, não de tanto ler).

Aconselho a todos que consumam doses diárias (do texto do Marconi).

Que feio Fausto.

Enviei um e-mail para a Ana Tahan, editora-chefe do jornal (jornaleco segundo amigos próximos. Eu não leio-o) mas ela não teve tempo de responder ou nem se deu ao trabalho. Estou sentido (aqui reside uma ironia).

p.s.

Por meio do Marconi, soube que o Fausto passa por problemas de saúde sérios que podem tê-lo levado ao famigerado plágio. Não acho que justifique, sinceramente. Mas estimo melhoras a ele.

É só.

30 setembro 2007

Late Show com Paris Hilton



Paris Hilton no Late Show, do David Latterman. Para quem não conhece, é o Jô Soares dos EUA. Essa versão não tem legendas, mas basicamente o David acaba com a socialite (até hoje não me explicaram o que uma delas faz), com perguntas venenosas sobre a estadia dela na prisão, sendo que a entrevista era para divulgar o seu novo perfume e o último filme - um musical (socorro!). É hilário.

28 setembro 2007

O melhor da América?



Na última quarta-feira tive o prazer de ver ao vivo, um dos melhores jogos do São Paulo nos últimos tempos, por seu significado e a honra dos times brasileiros que estava em jogo. O Boca Juniors vem batendo nos times brasileiros em tudo que é competição sul-americana. Libertadores, Recopa, Copa Sul-Americana - Em todas, desde 2000, que nenhum time eliminava a equipe xeneize.

Mas nessa quarta a história mudou. O São Paulo jogou com uma alma uruguaia, raçuda, catimbera, o jogo que os hermanos adoram jogar. Mais do que isso, jogou no limite e com a torcida da mesma forma, cantando e apoiando o tempo todo. Só quem foi vai entender realmente essa sensação.

A minha homenagem fica a um cara guerreiro e muito humilde que é o Aloisio. Para mim, é o jogador mais importante do time, sem ego aflorado e raçudo demais. Ele agrega e une o time. Quando marcou o gol (e que golasso), foi cumprimentar o Borges, que havia substituido no intervalo. Mostrou ali espírito de equipe e companheirismo. Aloísio, você merece!


27 setembro 2007

O conto de Jack, o Criativo no Condado do Marketing

Fazia sol naquela manhã. Ou seria noite? Difícil dizer. Jack, o Criativo, recebia a maior missão de sua vida: derrotar as planilhas, os P&L e os gráficos que assombravam o Condado do Marketing. Aquilo assustava o nosso nobre fidalgo, afinal, depois do horizonte o mar-oceano virava abismo, que era habitado por apresentações, reuniões e pautas temerosas. Só então, além-mar, avistava-se El Condado.

Mas nosso herói, um bravo Criativo que ja havia passado por batalhas sangrentas, como a de Brainstorm e até mesmo a Batalha do Atendimento, não se daria por vencido antes mesmo de saber o que lhe esperava. Partiu junto com seu fiel escudeiro Estagiarius e seu valente cavalo, Rough, no mesmo dia. O que lhe motivava a embarcar ao desconhecido ninguém sabia precisar. Alguns diziam ser uma bela donzela chamada Sucesso. Rumores contavam que o primeiro a salvar a bela das garras do Dragão BlackBerry seria feliz para todo o sempre.

Então nos vemos ao lado de Jack, a caminho de salvar a sua lady. Já caminhavam há dias, ele e Estagiarius, quando avistaram uma ave com uma crista estranha na cabeça. E para a não-surpresa deles, a ave falava. Falava não, berrava aos quatro ventos:

- Faz caber!

- Título? Isso é um título?

- Olha o prazo gentil maldito!

- Pizza é o combustível dos pensadores!

- Quem sois vóis, média, atendilento ou malcriação?

- Oa! Que aberração dos infernos é essa meu bravo escudeiro?

- Acho que já vi em algum lugar nos meus anuários mitológicos. Se bem me recordo, este é o Galo, avatar do Deus Olivetto, pai de tudo o que há nesse mundo. As lendas dizem que ele indica as tendências, as estradas que levam até El condado de Marketing.

- Pois bem sua metralhadora verbal, que caminho devo tomar?

Foi quando num estalo, a ave alçou vôo, deixando uma chuva de flyers e micas (provavelmente sobras de seu almoço) e cacarejou: - Todos os caminhos levam a Cannes! Todos os caminhos levam a Cannes!

Pois se era a Cannes que eles deveriam ir, que assim seja, pensou Jack. Não eram os Jurados, uma irmandade de fanáticos religiosos que dominavam o lugar, que iriam impedí-lo de chegar ao seu objetivo.

***

Continua na próxima semana.

21 setembro 2007

Gol de Turco!



Golaço (ou é Golasso?) de Deivid, do Fenerbace (time que o Zico é técnico) da Turquia, pela Champions League contra a Inter de Milão. Notem a participação do meia Alex na jogada, o drible "suave" que ele dá.

19 setembro 2007

Copa do Mundo no Brasil. Mas o que eu tenho a ver com isso?

A coluna de hoje na Casa do Galo:

O Baixinho e o Corruptinho

Bom, essa é uma pergunta que só você pode me responder. Posso colocar de três maneiras:

A) Você é um torcedor de futebol fanático e não vê a hora de xingar aqueles ingleses branquelos de perto (por que os argentinos já não têm a mesma graça) - Tá ai, gostei da idéia.

B) Você até gosta de futebol, mas acha um evento desse tipo gera transtorno demais para a sua cidade - Então não obrigado, não quero saber o que você tem a me dizer.

C) Você é um PUBLICITÁRIO! E sabe que essa é uma tremenda oportunidade para se fazer um panelasso na mídia - Portanto, tudo a ver comigo!

E como você chegou até aqui e deve ser um publicitário (ou gosta muito de propaganda), esse artigo pode chatear você. Por que o colunista aqui refuta a idéia de uma Copa do Mundo no Brasil. É cabide eleitoral (político e esportivo) e uma bela vaca gorda de fazer dinheiro.

Oportunidade, você vai gritar! Bem, é claro que é. É só ver o barulho um ano antes do evento começar. É uma febre, pessoas comprando produtos licenciados a torto e a direito, anúncios em praticamente todas as revistas que você lê. Na TV Grobo então, parece uma lavagem cerebral que o Galvão Bueno comanda. Fora o valor dos ingressos (que, próximo do evento, não custam menos de R$ 500 cada).

Mas pô Marquito, você parece uma velha coroca que só reclama. Reclamo mesmo! Eu adoro futebol. Quem me conhece sabe o quanto gosto, e por gostar tanto, acompanho boa parte da cena política que corre por fora. Aconselho vocês lerem um pouquinho o blog do Juca Kfouri, a quem considero o melhor jornalista esportivo do Brasil. Ele é um critíco ferrenho dos dirigentes corruptos de nosso futebol, principalmente o Sr. Ricardo Teixeira, presidente da CBF, o pior deles.

É importante entender que não basta apenas organizar um evento desse tipo, que traria um retorno de mídia absurdo. Serão criadas campanhas com veículação em todos os meios e muita gente vai ganhar muito dinheiro. Mas existe a questão ética. É só ver o caso dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro. O resultado final foi interessante, mas o que superfaturaram a coisa toda não está escrito. Aliás, está sim, dá uma chegada nesse blog aqui ó. Para mim fica claro o que pode acontecer com uma competição como a Copa.

Outra, quem vai aos jogos? Esse tipo de evento é feito para estrangeiros. A grande massa de torcedores, que estão sempre lá apoiando os seus times, e consequentemente responsáveis por essa Copa acontecer no Brasil, não terá condições de pagar mais de R$ 100 por uma entrada. E dúvido que os ingressos sejam mais baratos do que isso.

Hoje não temos condições morais de assumir um compromisso desse. O que adianta vender um montão de anúncios para algo que está nos lesando?

2014? Tô fora, prefiro ver o filme do Pelé!

14 setembro 2007

Olhem esse idiota!



HaHaHaHa!

E ele ainda toca outras!

Mario Broz:



E Iron Maiden:

12 setembro 2007

Tetris Humano no Japão



Já descobri aonde os caras da JWT, que criaram a nova campanha do Halls, se inspiraram:

Mobile Marketing

Não, não é Móbile Marketing. Não quero falar de propaganda no pendurricalho que vai no berço dos bebês. É de propaganda no seu celular. Propaganda móvel, ou, para os modernetes, Mobile.

O que era conversa de mesa de boteco (mas boteco chique) já é realidade aqui no Brasil. E quem saiu na frente foi a Fiat, tradicional anunciante que compra tudo o que é inovador, com a campanha do Fiat Punto. Em um banner no portal Wap Claro Idéias (o portal de downloads da Claro), a pessoa clicava e era redirecionada para um wapsite com várias informações e opções de download sobre o veículo. Mas pera lá! Eu já recebi ofertas no meu celular, você vai me dizer. Bom, eu também, e foi de uma loja que costumo frequentar para comprar roupas. Hum, então, a Fiat não saiu na frente, podemos concluir. Na verdade, se pensarmos assim, não saiu mesmo. O que eles fizeram foi um avanço e tanto: colocaram o primeiro banner em portais WAP da história do mobile marketing nacional.

É uma bela conquista para quem trabalha com isso e sabe as dificuldades e restrições que o mercado impõe. Uma delas e talvez a principal, é a restrição das operadoras de celular em permitir qualquer tipo de propaganda em seus canais. Elas consideram que os clientes são delas, portanto, quem decide o que eles podem ou não acessar em suas redes são elas. Seria como se o provedor de internet Terra escolhe-se qual a propaganda você pode ver no dia. Não faz muito sentido, certo?

A grande verdade é que elas querem ganhar com essas ações publicitárias também, apenas não sabem como. E posso garantir que poucas pessoas sabem, pois quase ninguém fez. A idéia é experimentar para se definir um modelo de negócio, assim como aconteceu com a internet. Outra saída é olhar para o exterior, onde o marketing para celulares já está alguns passos a nossa frente (vários passos, para ser sincero). A Nokia, por exemplo, oferece um serviço completo que identifica, mensura e qualifica toda uma base de usuários de seus aparelhos para campanhas publicitárias, que podem ser direcionadas de acordo com o perfil de cada pessoa. Um marketing mais do que direto.

Mas devemos também tomar cuidado na hora de elaborar estratégias desse tipo. Um dos principais pontos é a permissão do usuário. Em campanhas SMS, que o consumidor recebe diretamente em seu aparelho, é necessário que ele queira receber, que ele permita. É o que conhecemos por Opt-In. Já no ambiente WAP, consideramos como a internet, que o banner está lá, mas pode-se optar por dar atenção e clicar nele ou não. A diferença é que o usuário paga por isso. Ao navegar em um wapsite, você paga a quantidade de Kbytes que trafegou, mas não é tão caro como muitas pessoas pensam. Hoje, por cada Kbyte trafegado na operadora Claro, paga-se menos de 1 centavo de Real.

O Mobile Marketing chegou e é uma realidade que vai crescer cada vez mais. Os grandes anunciantes já enxergaram isso e estão se movimentando. E aguardem que notícias quentes vem por ai. Assim que puder, conto aqui na Casa do Galo em primeira mão.

Um abraço e até semana que vem!

p.s.

Ah! Se quiserem conhecer o wapsite do Fiat Punto, é só digitar www.fiatpunto.mobi no navegador wap de seu celular. Não chequei essa semana se o banner ainda está no ar, no Claro Idéias. Quem tiver Claro, dá uma olhada por lá!

11 setembro 2007

São Paulo na Bundesliga

Por JAMES SCAVONE*

Sou daqueles que acham que não tem cabimento um time estar com mais de 50 pontos e quase 10 pontos de diferença para o segundo time em um campeonato tão nivelado.

Sou daqueles que, como o Marcelo Rubens Paiva, já se cansaram de ouvir que o São Paulo é o time mais bem administrado do Brasil.

Não somos um país sério, como diria o estadista francês, como pode o São Paulo Futebol Clube levar o Brasileirão tão à sério?

Como pode o time do Morumbi pagar salários em dia, ter um centro de treinamento de primeiro mundo e não enfrentar uma única crise durante um campeonato tão longo?

Sou corinthiano e sofrer está no contrato que assinamos em cartório no dia em que decidimos torcer pelo alvinegro do Parque São Jorge, mas ultimamente a coisa está pra lá de feia.

Meu time e sua história vão pelo ralo e o São Paulo não está nem aí com o rival? Que espécie de rivalidade é esta? Nem derrubar técnicos corintianos os são-paulinos conseguem mais, pois que caem de maduros antes do clássico entre os dois times.

É preciso tomar uma medida drástica contra o São Paulo. Mandá-los disputar o título alemão. Mandá-los para a Bundesliga.

Na Alemanha, o São Paulo encontrará times mais parecidos com o seu. Organizados, com estádios bem cuidados e criancinhas torcedoras de bem com a vida. Deixem o Brasileirão com quem entende de Brasil. Deixe que times brasileiríssimos como Corinthians e Flamengo se entendam e se enfrentem em clássicos de igual para igual, com parcerias igualmente repletas de dinheiro de origem duvidosa, com técnicos igualmente tampões que estão sempre cai-não-cai e ídolos igualmente medíocres.

Quero um campeonato sem o São Paulo para poder torcer para a maior lambança durante o fim de semana: seja ela dos nossos brasileiríssimos juízes ou das nossas brasileiríssimas (e nada cordiais) torcidas organizadas.

Já perdi o meu irmão caçula para o São Paulo.

Alguém precisa fazer alguma coisa antes que seja tarde demais.


*James Scavone
Corintiano, publicitário e fundador do Movimento São Paulo na Bundesliga.

22 agosto 2007

Pagando bem, que mal tem?

A coluna de hoje, na Casa do Galo:

Em nota de ontem, do Blue Bus, soube que o governo pretende meter o bedelho mais uma vez na publicidade. A bola da vez agora é o merchandising na televisão, principalmente nas novelas. Segundo o procurador da república, Fernando de Almeida Martins, integrante do grupo que irá escrever uma recomendação as emissoras de TV, “o merchadising dissimulado na programação ou em cenas de novelas é uma prática ilegal”. Parece-me que ele leu o artigo 36 do Código de Defesa do Consumidor, que diz que “a publicidade deve ser veiculada de tal forma que o consumidor, fácil e imediatamente, a identifique como tal”. Almeida Martins afirma ainda que - “A lei não diz que o merchandising é proibido, mas tem de haver algum alerta de que se trata de publicidade”.

Oras, é obvio que é merchan. O ator vai lá e mostra: olha que absurdo esse celular da Shabrabous, tem 50 GB de memória, câmera com zoom até a lua e cafeteira portátil. Puxa, será que o autor da novela enxerga alguma poesia em falar de megapixels e zoom óptico? Por favor, não idiotizem mais o povo do que ele já o é. Claro que existe uma boa parcela da população que é alienada em relação a uma série de coisas que passam a sua volta (tem muita gente que não faz a mínima idéia de quem seja o presidente do Brasil. E olha que é o Companheiro, ein!), mas não é a maioria. O povo precisa de pão e circo, mas boa parte dele sabe escolher entre o pão de centeio e o francês.

As emissoras de TV não pretendem se pronunciar até receber uma notificação oficial. O que, se realmente acontecer, pode garfar um faturamento de até R$ 40 milhões. É uma dinheirama que deixaria de entrar. Só a Rede Globo paga todo o seu custo de produção com esta receita. Mas ai eu exijo que limitem então a propaganda nos filmes que eu assisto no Cinemark. Já viram Transformers? A fita parece um comercial de duas horas da GM. Um capitulo de novela tem 40 minutinhos e o produto não aparece nem em um mísero minuto.

Tanta coisa bem mais importante para se preocupar e os procuradores estão procurando o que fazer. Por que vocês não procuram construir mais universidades públicas? Ou que tal oferecer maiores condições para que a nossa economia cresça? Ou mesmo combater a corrupção no senado?

Não vejo problema algum em se anunciar um produto durante a programação. Quem quiser que mude de canal.

15 agosto 2007

Atenção para o toque de cinco segundos

Dando continuidade ao que o Rafael tratou ontem, e o que eu já contei há algum tempo aqui, quero falar hoje um pouco sobre o que a publicidade representa aos não-iniciados nela (leia-se: quem não é publicitário).

Podemos achar um anúncio sensacional, de uma direção de arte que é um primor, um slogan matador, mas, como dizia um professor da faculdade: ganha prêmio mas não vende uma geladeira. É um fato. Podemos morrer de paixão, sentir ciúmes e o diabo a quatro. Se o anúncio não conversar com o seu público, um abraço meu amigo. Vira motivo de chacota e piadinha na pior das hipóteses. Na melhor, ninguém presta atenção.

Posso mostrar um exemplo clássico. Quem ai já deu de cara com algum outdoor ou anúncio do Guaraná Dolly? Aquele mesmo “Dolly, Dolly Guaraná Dolly”.

Ok, o jingle virou musiquinha pejorativa (engole, engole guaraná…) e a direção de arte é pra lá de duvidosa, mas ele fala muito bem com o consumidor-alvo: comunicação simples e direta e vez ou outra alguma neo-estrela recém saida de algum reality show. Já ouvi dizer que quem cria os anúncios é o próprio dono da Dolly. Também, nessa mesma linha, temos o quase que mítico, “Quer Pagar Quanto?”, das Casas Bahia (o maior anunciante da TV brasileira. E adivinhem de quem é a conta - ele mesmo, Roberto “O Topete Inabalável” Justus) que gerou até processo por parte de um consumidor que levou muito a sério o que o comercial dizia.

Uma coisa é certa. Propaganda, anúncio, comercial, reclame, filme de 30″, chame do que você quiser, é chato por natureza. Cabe a nós publicitários fazer com que fique legal. O problema é quando fica legal demais e vira um dramalhão mexicano. O que vale aqui é o bom senso. E também aquela velha conversa: pergunta pro velhinho no ônibus o que ele acha de comercial tal, mostra o seu anúncio para a tia da kombi, pro vendedor de hot dog. E por ai vai. São essas as pessoas que vão dar o voto de minerva no seu tão precioso anúncio. Muitas vezes você vai achar que todos eles estão malucos, que não entendem nada de propaganda, que lhes falta senso estético. Oras, e nem devem ter nada disso, afinal, quem deve que ter isso de sobra é você! O que lhes resta é o senso crítico. E é esse que fará você evoluir profissionalmente.

Notinha nada a ver com o assunto

O São Paulo Futebol Clube foi campeão do 1º turno do Campeonato Brasileiro 2007. Levou o troféu Osmar Santos, concedido pelo jornal Lance! Um dado interessante, é que todo o time campeão do 1º turno, desde que o sistema de pontos corridos passou a valer no Campeonato, foi o vencedor do torneio. Acho que o Tricolor caminha para um Pentacampeonato sem asteriscos.

Um Abraços e até a semana que vem!

Happiness Factory - The Movie



Continuação do file da Coca-Cola que mostrava a vending machine e o seu mundo particular. Um dos comerciais mais legais que já assisti

Abaixo, o primeiro, não menos sensacional:

08 agosto 2007

Fuck the Fashion

A coluna de hoje, na Casa do Galo:

Qual a importância da moda para você? E qual a importância da moda para a publicidade? A resposta deveria ser “muita”, ou, “toda”.

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Esse mercado que movimenta bilhões (de reais, dólares, euros) depende muito do mercado publicitário. E a recíproca é a mesma. Um dia você ainda vai trabalhar com moda, mesmo que indiretamente. Ela está presente em quase tudo - do jeans que você usa a revista que você lê, do restaurante preferido ao blog mais acessado.

Moda não se faz somente de garotas magrelas (essas, no caso, nem tanto) desfilando a última tendência da estação. Ela envolve produtores de eventos, patrocinadores interessados em associar a sua imagem, agências, fotógrafos, designers, jornalistas e uma infinidade de outros profissionais que não consigo me lembrar. Quem ai já assistiu O Diabo veste Prada? Em uma cena que a tirânica Miranda quase massacra a sua mais nova assistente por ter falado que o vestido que a modelo usava era só mais um vestido, ela da uma aula sobre o que significa a moda e como ela influencia até as lojas de roupas mais populares. Por isso, se o seu amigo ou amiga disser que a moda não é tudo isso, peça para ele(a) alugar o filme.

E você se preocupou com a moda na última vez que foi mostrar a sua pasta em alguma agência ou participou de uma dinâmica de grupo? Um terno bem cortado ou um blazer do momento podem fazer a diferença sim (é claro que um cerébro conta mais), na hora de se conseguir um emprego. Ou você vai pedir emprego para o Roberto Justus de minisaia e barriguinha de fora? Não que haja alguma regra para isso, mas é importante observar que se a pessoa que for te avaliar tiver um mínimo senso estético (e na publicidade isso é muito importante), o seu jeito de se vestir pode contar uns pontinhos lá no final.

Mas vocês insistem: - Marquito, você tá de frescura meo. Fui na agência mostrar a minha pasta de camiseta do Judas Priest, jeans rasgadão e chinelo de dedo. Ok, ninguém falou que não seria contratado, mas com certeza, se houver alguém com o mesmo potêncial que o seu, e esse alguém se preocupou em fazer a barba e colocar a melhor roupa dele, ele estará a sua frente, pois demonstrou uma preocupação a mais que você.

Mesmo não sendo o mais indicado para isso, ai vão alguns sites bacanas sobre moda:

Dased&Confused; Complex; GQ; VIP; Chic; Vogue Paris; In Style; Estilo

A principal questão que quero levantar aqui não é a maneira como deve-se vestir no seu dia-a-dia, mesmo por que não devemos seguir moda nenhuma a não ser a nossa (se ficar na estica, é melhor né?) mas sim a consciência em relação a moda, que pode fazer parte do futuro profissional de qualquer um aqui. Acredito que a grande maioria que acompanha a Casa do Galo já tenha essa consciência.

Aqui na Editora Abril existe uma liberdade muito grande em relação ao vestuario. Já vi gente com bermuda do pijama (juro!) e boina do Ché Guevara e outros com terno Armani. Mas isso por que o clima da empresa permite. Muitas outras nunca permitiriam um chinelo de dedo que fosse. O importante é ficar bem com você mesmo, mas sem avacalhar.

Um abraço e até a semana que vem!

07 agosto 2007

Linhares e sua turma

06 agosto 2007

Diário

Reproduzo aqui um artigo da revista Piauí desse mês. Um pouquinho da paranóia que rola na gringa por causa de uma meia dúzia que resolveu se explodir.


diário

À disposição de sua magestade


Depois de um vôo de pesadelo, no qual o uísque, o vinho e o remédio contra a Aids me levaram a gritar palavras vulgares, fui atirado num calabouço vitoriano, na companhia de traficantes e estupradores

por
Peter Kurth


Estas notas fazem parte de um diário que escrevi enquanto estive encarcerado, em dezembro e janeiro, na Prisão de Sua Majestade de Wormwood Scrubs, em Londres. Eu jamais havia pisado em uma cadeia. Fui preso por uma combinação de forças incontroláveis. Primeiro, por minha própria teimosia falastrona, que já me causou outros problemas na vida. Segundo, por causa de uma comissária de bordo, provavelmente exausta e desprovida de qualquer senso de humor. Terceiro, pela tensão que se tornou viajar de avião depois das ameaças, reais e imaginárias, promovidas pela “guerra contra o terror”.


No dia 6 de dezembro passado, no aeroporto JFK em Nova York, embarquei num vôo da British Airways para uma viagem de quatro dias de trabalho em Londres. Como o meu passaporte iria expirar em sete dias, planejei estar de volta antes disso. Não sabia – ou havia esquecido – que, para entrar na Grã-Bretanha, a lei exige do viajante um passaporte válido por seis meses.

Era quase meia-noite quando embarcamos. Eu já havia tomado umas doses de uísque escocês durante meu jantar, num desses bares impessoais de aeroporto. Tudo poderia ter corrido bem se: a) depois de mais ou menos uma hora de vôo, eu não tivesse notado o sumiço do meu laptop; e b) tivessem me colocado num assento confortável, e não num claustro feito para provocar coágulos nas minhas pernas. Há décadas sou soropositivo e tenho neuropatia periférica nas duas pernas, o que me impede de ficar sentado, sem me mexer, por mais de seis horas.

Sim, eu deveria ter avisado a companhia sobre minha condição. Mas revelar-se soropositivo é algo que não se costuma fazer em voz alta, muito menos na frente de 400 pessoas. Outra coisa que nem me passou pela cabeça é que um dos remédios que tomo — o ritonavir — e que faz parte do coquetel anti-AIDS, pudesse potencializar de maneira incontrolável os efeitos do álcool no organismo. A combinação remédio, uísque e mais uma garrafa de vinho a 10 mil metros de altitude se mostrou incontrolável.

Eis os meus pecados: sim, houve uma discussão acalorada quando os comissários se negaram a passar um rádio para o aeroporto para saber sobre o meu laptop, e também quando se recusaram a me trocar de assento. Gritei palavras vulgares. Muito vulgares, admito.

Fui me sentar no fundo do avião, numa área mais ou menos desimpedida, onde ficam guardados os escorregadores de borracha usados numa emergência. A vida inteira vi passageiros repousando o traseiro naquele setor. Mas os tempos mudaram, e hoje sentar-se ali equivale a “pôr a aeronave em risco”, um crime da mais alta gravidade segundo as novas leis antiterrorismo. Coisa que dá no mínimo dois anos de cadeia. Eles me falaram tudo isso, mas não me mexi do lugar.

Na manhã seguinte, quando pousamos no aeroporto de Heathrow, desci do avião escoltado por dois policiais londrinos — não bobbies tradicionais, com seus capacetes engraçados, mas dois sujeitos vestidos à moda da SWAT. Levaram-me diretamente para a delegacia de polícia de um bairro sombrio a oeste de Londres. Depois de ser advertido e formalmente interrogado na frente de um defensor público, percebi que a coisa iria longe. Meu passaporte se tornara “suspeito” e a compra da passagem na última hora, para não falar da história do lugar no avião, fez com que eu me tornasse uma espécie de jihadista clandestino.

Depois de um dia e uma noite inteiros de isolamento, fui levado a um tribunal, onde me acusaram de “pôr a aeronave em risco” , além de algo semelhante a “mau comportamento”. Quer dizer que eu não sabia que a “agressão verbal” era um crime na Grã-Bretanha?, perguntou-me um policial. Eu não sabia. E que são as leis britânicas que valem a bordo de um avião britânico? Não, eu não sabia. Na mesma noite, fui transferido para a prisão.

Escrevi muito mais que está sendo publicado aqui. Uma coisa que não vai aparecer é a atividade sexual na prisão, que é mais ou menos constante, brutal e de curta duração. Na medida em que sou “assumidamente gay”, isso se mostrava ainda mais complicado. A lei velada da prisão é que tudo fique em segredo, e que alguém abertamente homossexual será surrado com violência. Isso exigiu que eu voltasse a esconder que era gay, pela primeira vez em muitos anos, enquanto me submetia, calado, aos caprichos dos valentões.

Agora, meses depois do ocorrido, vejo-me tentado a fazer troça da experiência. Mas a verdade é que ela foi degradante, desumanizadora, debilitante, aterrorizante, ruinosa e, no fim das contas, altamente nociva à minha saúde física e mental.

TERÇA-FEIRA, 12 DE DEZEMBRO Primeiro dia inteiro aqui. Ainda não recebi os remédios para o HIV, o que é minha maior preocupação. Tento não me preocupar com a família, pois não há o que eu possa fazer. Procuro não encarar ninguém nem olhar de maneira “errada” (embora não dê para saber muito bem o que é isso). Amanhã, banho — o primeiro da semana. Estou fedendo. Não se tem idéia do valor do cigarro, até se entrar aqui. As pessoas aceitam trocar qualquer coisa por cigarros. Dei cigarros demais num primeiro momento. Acho que vou ter de largar o fumo — mas como, neste lugar? Faz uma semana que não leio jornal algum, só vejo televisão. Meu companheiro de cela, Mick, não consegue ficar parado. Muda de canal o tempo todo, toma incontáveis xícaras de chá e defeca muito na privada aberta, que só tem um lençol pendurado na frente. Estou rezando, literalmente, para acalmar o espírito. Tento ficar calmo, me esforço, me comporto bem.

QUINTA-FEIRA Médico hoje. Entre os quatro que me atenderam, esse foi o primeiro que me pareceu decente e competente. Aparentemente, a polícia escreveu “contagioso” na minha ficha. Os carcereiros disseram que devo manter isso em segredo. Se alguém perguntar sobre os comprimidos, respondo que são para pressão alta ou colesterol ou as duas coisas. Anoto alguns itens de agradecimento:

1) A prisão me livra do Natal e do Ano Novo (e, pelo jeito, da Páscoa)

2) Alívio temporário mas substancial das minhas preocupações financeiras

3) Tempo de sobra para escrever

4) Tempo de sobra para pensar

5) Tempo de sobra para ler

6) Tempo de sobra para dormir

7) Excelente material

8) Formação do caráter — você é um homem ou um rato?

9) Eis-me afastado dos rituais e da rotina — só o que existe aqui é real

10) Pode haver mais, mas não sei o que será.

SÁBADO Mick foi embora hoje de manhã. Achei que iria passar o dia sozinho, mas chegou uma funcionária da embaixada americana. Assino um documento proibindo que qualquer informação sobre o meu caso seja passada à imprensa. E autorizo que a delegação americana no Congresso seja informada de todos os passos. Também me chegam papéis para a renovação do passaporte, mas vai ser impossível preenchê-los direito. Não tenho como tirar fotos aqui nem sei o número do passaporte expirado, que ficou na “recepção” da prisão. Sou transferido para a Ala C.

SEGUNDA-FEIRA Leio Código da Vinci. Que diabo de livro é esse? Como foi que chegou a fazer um sucesso gigantesco? Ele é rasteiro. Não há momento de tensão ou dúvida quanto ao final da história. Mas, antes do livro, eu jamais diria que o Santo Graal pudesse ser a vagina de Maria Madalena.

TERÇA-FEIRA Tenho um novo companheiro de cela cujo apelido é Stanton. Ele fazia parte de uma gangue e foi preso por “conspiração para furto”. Tem 25 anos, é bombado, preto e muçulmano. Trouxe um verdadeiro carregamento de sacolas com comida, roupas, aparelhos eletrônicos, o diabo a quatro. Ele é limpo. Muito. Esfrega tudo com papel higiênico antes de tocar. Nós dois dormimos bem. Acho que estou começando a pegar o jeito da coisa.

Ficou claro que não tenho o menor interesse em não fumar. Quando saio para os meus “tratamentos” médicos, de manhã, me surpreendo percorrendo o chão com os olhos, à procura de bitucas. De vez em quando, alguém me dá um pacote de tabaco, sem o papel para enrolar. Ou me dão os papéis sem o tabaco, esperando que eu cate as bitucas do chão e faça cigarros “novos”.

Discussão com Stanton . Desconfio que seja muçulmano só por protesto. Mas ele tem um tapete para as orações, e reza sempre. Há cartazes pregados em cada piso da penitenciária com setas apontando para Meca. Stanton começa logo dizendo que a democracia é incompatível com o Islã. “Tudo no Islã é estruturado de uma vez por todas – existe um Deus e nada mais é necessário. Ninguém precisa de intermediários. Como é que Deus pode ter um filho? Se fosse assim, também pode ter um tio ou uma tia, não é?” pergunta ele.

Conto que meu pai se converteu e que a atual mulher dele, Najat, é marroquina. As filhas do casal, minhas meio-irmãs, seguem a religião muçulmana. Stanton fica bastante impressionado, acho que marquei um ponto. Ele compreende perfeitamente a estrutura familiar do meu pai quando explico que é Najat quem manda na casa. Acrescenta que todo homem precisa casar, pois do contrário “tudo é tentação”.

Falamos sobre televisão. Também nela “tudo é tentação”, com todas essas mulheres gostosas rebolando”. Isso soa muito estranho vindo de um criminoso que também é cafetão. Só que Stanton não se considera um pecador, no sentido cristão do termo, e sim alguém que foi induzido a pecar. Não existe pecado original no Islã, só a tentação. Stanton explica: “Um dia você vai se apresentar diante de Alá, Ele vai lhe fazer perguntas e é melhor você ter boas respostas, porque quem pecou não foi Ele, foi você”.

QUINTA-FEIRA Dia triste, triste, triste — deprimido — último (meio) cigarro já fumado. Stanton comenta que a prisão o deixa “furioso e violento”. Acrescenta: “Na verdade, eu não sou assim. Mas essa merda me deixa furioso. A prisão derrete a sua cabeça. Fico com vontade de matar alguém”.

SÁBADO Stanton foi embora. Para o lugar dele, veio o Phil. Ele deve ter a minha idade, um pouco mais, talvez, e lhe disseram que o colocariam na cela comigo porque somos “os dois inteligentes”, e estamos presos pela primeira vez, “o que faz com que possamos nos dar bem”. Phil é um sul-africano branco, preso por tráfico internacional de drogas — uma quantidade considerável de cocaína — que trouxe de Boston via Trinidad. Recebeu a droga em Caracas e diz que implorou a “eles” (o cartel) para não fazer a escala em Trinidad, o que seria (e foi) uma bandeira para a alfândega de Heathrow. Phil está realmente encrencado, pode pegar até dez anos.

Meu pedido para trabalhar na prisão foi bem recebido. Devo dar aula para analfabetos, escrever para a revista da prisão, ajudar nas aulas de composição literária e de inglês para estrangeiros. Uma das professoras me perguntou quanto tempo eu ia passar “aqui dentro”. Quando respondi que não sabia, ela me disse: “Bem, com a sua qualificação e a minha sorte, deve estar fora daqui dentro de três dias”. Duvido muito. A pilha de documentos que me foi enviada hoje de manhã pelo defensor público era assustadora em termos de volume e duração potencial da sentença – dois anos – caso insistam na acusação de “pôr a aeronave em perigo”. Melhor não pensar a respeito.

DOMINGO Véspera de Natal. Não sinto A MENOR emoção com relação ao Natal. Quero que chegue o fim do dia e que eu fique longe desses corais e sermões reciclados sobre “paz”. Curiosamente, não permitem visitas na véspera e no dia seguinte ao Natal. Mas acho que iria mesmo perturbar todo mundo. Elizabeth, minha sobrinha, mandou-me um cartão, dizendo: ‘Ei, Tio Pete, espero que este Natal seja melhor do que a maioria dos outros para você’. Minha mãe também mandou um, tentando transparecer calma, mas sei que ela não está calma.

SEGUNDA-FEIRA Dia de Natal. Um presente de Natal de fulano? Nunca aprendi o nome dele. É um iraniano doido, que fica sozinho na cela. Usa uma dessas versões muçulmanas do kipá. Enquanto espero meus remédios, ele me vê pescando as bitucas do chão. “Não, não, espere!” grita. Aparentemente, quer me dar um pouco de tabaco, sem cobrar nada, mas a porta da sua cela está trancada. Ele embrulha um pouco do fumo em papel higiênico e o passa por debaixo da porta. Falo que vou pagar e ele diz que é um presente. Ele quer saber como vim parar aqui (isso tudo falávamos gritando). Quando conto, ele não acredita. Mais tarde o encontro no pátio, conversando em farsi com uns amigos e chutando latas. De repente, ele grita: “Ei, América! Homem de Nova York! Da próxima vez, melhor explodir a porra do avião. Não puxe a faca, se depois não quiser guardá-la coberta de sangue”. Ele me chama de “Bush” e todo mundo ri. Quando aceno com a mão, ele berra: “Não sou talibã!”.

TERÇA-FEIRA Passei por uma experiência perigosa e assustadora na cela de Jack, o prisioneiro a quem eu devia estar dando aulas. Fui conferir se ele tinha avançado na leitura quando um desconhecido pulou do beliche de cima em cima de mim. Ele me imprensa na parede e grita que fui lá para roubar. De repente, Jack sai do banheiro e... como dizê-lo?... os dois se revezam. Estou tonto, imprensado contra a parede, mas o que posso fazer? Naquela ala, eles são poderosos, têm privilégios especiais. Eles me avisam que dali por diante eu “pertenço” a eles.

Fiquei com medo de verdade — este lugar passou a me parecer muito hostil de uma hora para outra. No jantar, o parceiro de Jack faz questão de me olhar com ódio e passar o dedo de um lado ao outro da garganta. Conversei com uma das carcereiras. Omiti a parte do “revezamento”, mas disse que estava sendo ameaçado. Ela disse que ia “ter uma conversa com ele”, o que provavelmente vai piorar ainda mais as coisas, é claro.

QUINTA-FEIRA Hoje é o 60º aniversário de casamento dos meus pais. Estranhamente, dormi muito bem. De manhã, tentei cumprimentar meu inimigo. Ele se negou. Alguma coisa congelou dentro de mim. Lembrei do conselho da minha mãe, de sempre encarar os valentões: “Eles acabam recuando”. Acho que consegui transmitir a esse imbecil que, por mais poder que ele ache que tem na ala, eu tenho mais, ou posso mobilizar mais. Posso convocar a embaixada americana!

SÁBADO Morte (ou, melhor dizendo, assassinato) de Saddam Hussein. Difícil descrever o silêncio de hoje aqui — é sinistro. Duvido que alguém que entrevistasse algum preso muçulmano— supondo que lhe respondessem a verdade — encontrasse muitos “partidários de Saddam”. Mas o problema não é esse. É a maneira como a coisa foi feita, e em qual momento: na véspera do Eid al-Adha, mais um dos inumeráveis “dias mais santos do Islã”.

Panfletos foram distribuídos por toda a Ala C contendo instruções sobre os preparativos para o dia santo. Cito algumas: acorde cedo; prepare-se para a limpeza pessoal; vista-se usando as melhores roupas disponíveis, novas ou usadas, mas limpas; use Itr (perfume religioso); tome o café-da-manhã depois do sacrifício, se estiver fazendo sacrifício; use dois caminhos diferentes para ir e voltar do local das orações (os lados esquerdo e direito dos corredores).

QUARTA-FEIRA, 3 DE JANEIRO Ninguém apareceu para a visita. Eu aguardava os advogados, que ainda nunca vi. Quis o destino que o único outro detento chamado comigo para o lugar das visitas fosse logo Jack, o Estuprador. Ele me perguntou como eu estava, o que talvez seja um bom sinal. Passei duas horas e meia sentado, em vão, naquela sala horrenda de iluminação fluorescente. Jack saiu dizendo: “A coisa não vai nada bem. Os resultados do DNA chegaram”. Ele me contara que tinha sido preso por tráfico, e agora parecia que o tal “DNA” tinha a ver com vestígios de saliva, ou muco nasal, descobertos em algumas notas de 20 libras — coisa que podia acrescentar vários anos à sua sentença.

SEXTA-FEIRA Ida ao tribunal. Você é acordado às seis da manhã. Às vezes não dá tempo nem de escovar os dentes. É preciso levar todos os pertences — você nunca sabe se vai voltar para a mesma cela ou a mesma prisão. É claro que não se consegue dormir na noite anterior. Passa-se por uma revista completa, inclusive uma sonda anal. Parece que os carcereiros gostam especialmente dessa parte, não por motivos sexuais, mas pela completa humilhação que o exame provoca. Não consigo acreditar que alguém que não seja sádico possa ser carcereiro.

Não achava que a minha ida ao tribunal fosse para “confessar”. Mas foi isso que aconteceu. Admiti alguma coisa em troca de desistirem da acusação de “pôr a aeronave em perigo”. Será que eu admiti ter “perturbado a paz”? Ou ter “provocado tumulto”? “Linguagem imprópria?” “Agressão verbal a uma comissária de vôo?” “Embriaguez a bordo de aeronave?” Devia ser isso, embora não houvesse prova de que eu estivesse bêbado: não colheram meu sangue, não me obrigaram a soprar num bafômetro.

Bem, acabou, tudo resolvido. A multa é de 950 libras — duas vezes o preço da passagem aérea.

“Bem”, disse-me o defensor público, quando veio conversar comigo na cela da polícia, “Correu tudo muito bem, não foi?”

“Mas onde é que o senhor acha que eu vou arranjar 950 libras?”, perguntei.

“Ele me pareceu autenticamente espantado — “Ora, mas o senhor não precisa pagar!”

“Como assim?”

“O senhor pode pagar com tempo de prisão.”

“Quanto tempo?”

“Bem, não podem soltar ninguém nos fins de semana, então...” — contou nos dedos — “acho que sairá dentro de nove dias.”

SÁBADO Interessante, acho eu, mas não surpreendente, que assim que a data da liberdade é marcada, a mente volte a funcionar em alta rotação. Xiang, um jovem chinês que chorou no meu ombro no chuveiro numa das minhas primeiras manhãs aqui, me contou que está preso por tentar sair do Reino Unido, e não por viver ilegalmente no país. Estava em Londres havia três anos, e o problema foi que tentou sair do país com um passaporte falso. Está indignado e em desespero — diante de uma pena mínima de seis meses. “Se estão sempre reclamando da imigração ilegal, a coisa certa teria sido me deixarem ir embora para casa!”, disse-me.

Vi Xiang no chuveiro de novo hoje. Prefiro achar que ele tirou toda a roupa porque eu também tirei (a maioria dos prisioneiros não tira, e Xiang não tirou da primeira vez), mas afinal, quem toma banho de cueca? Os muçulmanos tomam. O pudor físico dos homens do Islã é um pouco exagerado, mas tem um elemento religioso. Percebo que muitos deles só estão querendo lavar as cuecas ao mesmo tempo que se ensaboam.

SEGUNDA-FEIRA Como acontece em todos os diários, depois de algum tempo, não tenho mais o que dizer. Penso em Nicolau II e em todos os tipos ingleses tradicionais, que são treinados para manter um journal intime desde a infância, tenham ou não assunto. E então, os relatos do pequeno Nicolau: “Tempo bom. Dois abaixo de zero. Atirei em 60 corvos. Mamãe no chá etc.”.

Um jovem muçulmano chamado Nasar, que pegou de seis a nove anos de prisão, começa a falar sobre o assunto de sempre – a jihad. “Você já viu algum nigeriano cometer um atentado suicida? Matar vocês, nenhum problema, mas não gostamos de nos matar. Vocês acham que somos imbecis?” Não tenho resposta. Ele conclui: “Bem, agora você já sabe como é ser preto”.

QUARTA-FEIRA Último dia em Wormwood Scrubs. Ontem houve uma fuga espetacular. Um “perpétuo” fingiu um ataque epiléptico e, quando a ambulância chegou para levá-lo até o hospital, a 400 metros daqui, um grupo mascarado e armado com fuzis AK-47 dominou os guardas. Aparentemente, é a terceira fuga dele, e agora sabemos por que nos mantiveram trancados ontem à noite.

Tudo está indo muito depressa.

Assino uma infinidade de formulários que me são trazidos por um monte de funcionários.

Hoje à noite, na sessão de tratamento para Aids, um homem de cabelos escuros, barba e olhos maravilhosos, me encara e diz: “Americano. Você é americano. Dá para dizer só de olhar para a sua cara”. Como nunca havíamos trocado uma palavra, não foi pelo meu sotaque que ele descobriu. Respondi em alemão: “Na, Mensch, Du bist verrückt!” E ele rebate: “Ora, deixe disso, você é americano, eu sei perfeitamente”. Eu digo: “Bom, sou, então — e você? O que está fazendo aqui? Esperando por remédios? De que tipo?” Longa pausa. E então ele me diz: “Seu inimigo. Eu sou o seu inimigo”. Esqueci todo o alemão e respondi em voz muito alta: “Não o meu inimigo! Meu, não!” E ele: “Então sou inimigo do seu país. Sou iraniano”. Eu continuo exaltado: “Bem, pode ser, mas eu não tenho nada com isso — nada a ver!” Ele ri: “Ah, já o seu presidente Bush...”

Fico terrivelmente perturbado. E ele: “Brincadeira. O povo do Irã ama o povo americano. O povo da América ama o povo iraniano”. Retomo a história do casamento do meu pai com uma muçulmana: “O Islã está na minha família”. É impressionante o efeito que isso produz nos muçulmanos; um dia eu devia mesmo escrever sobre isso, a sério. Por enquanto, recebo meus remédios, ele recebe os dele, e não tornamos a nos ver.

Até ser solto em janeiro, só pude manter comunicação com o mundo exterior através do meu advogado e da embaixada americana. Fui parar numa prisão de Londres onde boa parte dos detentos é composta de negros e islâmicos. Uso o termo “negro” (“black”) à moda britânica, para designar qualquer pessoa de pele mais escura, e escolhi esse termo justamente porque ele reflete a atitude dominante nos dias de hoje no Reino Unido com relação aos “imigrantes” em geral e aos muçulmanos em particular. Um guarda da prisão chegou a me aconselhar a não mais dizer “Grã-Bretanha” (“Britain”). “Somos ingleses, galeses, escoceses, irlandeses e um monte de muçulmanos. Lembre-se disso”, disse ele.

02 agosto 2007

Going abroad + Notinha nada a ver com o assunto

A coluna de hoje, na Casa do Galo:

Bem amigos, como diria o Galvão, cá está a esperada (ou nem tanto) coluna pós-crise gástrica.

Essa semana dois grandes amigos e colegas de faculdade estão de partida para o exterior. Um, ou melhor, uma, vocês conhecem. É a Vanessa, que escreveria hoje por aqui. Ela está a caminho do Japão, para dar uma clareada na cachola. Como já falei para ela, não se comporte!

Durante esses últimos meses, várias pessoas que conheço e que estudaram comigo fizeram o mesmo. Parece um grande êxodo, uma marcha para o oeste. O que será que de tão legal têm o exterior? Brincadeiras a parte, acho muito legal isso. Para se mudar de mala e cuia para um país que você mal fala o idioma (ninguém aprende até falar no dia-a-dia), encarar trabalhos que aqui consideramos subempregos e sentir uma saudade de casa que não é desse mundo, têm que ter coragem. Confesso que tenho muita vontade de fazer exatamente o que eles fazem hoje. Só falta saber o que fazer. Por que acho que ir só para viajar, conhecer o país, umas belas férias bastariam.

A grande maioria vai estudar, seja para um curso de línguas ou para uma pós-graduação. A segunda opção é a que mais me agrada, além de ser um diferencial competitivo. Ir só para trabalhar e juntar uma grana é uma opção, mas dificilmente consegue-se um visto de permanência e, se você não tiver uma proposta de emprego para a sua área, só vai trabalhar nos já citados subempregos.

Os destinos mais procurados pelos estudantes costumam ser a Inglaterra, Estados Unidos e Austrália, em função do inglês. Boa parte de meus amigos estão na terra dos Beatles. É uma cidade sensacional, comospolita até a unha, com bons lugares para se morar e muitos estudantes para trocar experiências. Só que é uma cidade bem cara para nós brasileiros. Para os estudantes de publicidade, os melhores lugares para dar continuidade ao curso são a própria Londres (considero a propaganda inglesa uma das melhores do mundo. O humor dos caras é imbatível), Itália (Milão, de preferência, para os diretores de arte. As escolas de design de lá são referência mundial) e Estados Unidos (boa parte das agências de publicidade que ditam as tendências da propaganda mundial estão por lá. A CP+B é um bom exemplo).

O que vale ressaltar aqui, é o que você vai fazer. Tenha um objetivo bem definido antes de ir, pois você nunca estará em sua casa, muitas vezes será tratado com lixo estrangeiro (acreditem, é mais comum do que vocês pensam) e pode querer voltar rapidinho. Persiga esse objetivo até o final. E volte com um belo curso, e quem sabe até alguma experiência profissional, na bagagem.

Vocês devem pensar: “pô, o cara nunca foi pra fora e vem com conversa para o meu lado?”. Pode até ser, mas como falei no começo, muitos amigos foram e já voltaram, e todos sempre contam a mesma coisa. Conselho de colunista amigo!

Alguns sites para começar a pensar:

www.STB.com.br

www.conexaoglobal.com

www.estudarnoexterior.com.br/



Notinha nada a ver com o assunto


Essa semana o cara que o nome é sinônimo de propaganda, anunciou que deixará a presidência de sua agência não menos famosa, a W/Brasil.

A atitude do Washington Olivetto é algo que temos de aplaudir. Deixar o comando de uma empresa que você criou é uma das atitudes mais difíceis do mundo corporativo, porém extremamente benéfica para o futuro da empresa. Agora ele passou a ser o “chairs-man”, uma brincadeira com a função de chairman das grandes empresas, participando mais ativamente dos processos criativos. Segura que vem coisa boa por ai.

Parabéns WO!

30 julho 2007

O Universo da Publicidade - Parte 5

FAQs

A busca por um estágio. Como montar e apresentar seu portifólio.

Seria mais uma noite de uma pacata segunda-feira no bar da faculdade, se não fosse um acontecimento que mudaria a sua vida acadêmica (afinal, até então, vida acadêmica pra você era puxar quinze quilinhos de rosca direta e levantar 30 no supino):

- Gente, arrumei um estágio. – disse aquela patricinha que não vivia sem uma chapinha no cabelo e uma calça legging. Mas que naquela pacata segunda-feira no bar da faculdade estava vestindo um sociável terninho-preto-básico.

Todos se levantaram pra cumprimentá-la e foi aí que você percebeu que, na verdade, era o único que ainda vestia bermuda, regata e chinelo.

A agora estagiária vem em sua direção pra receber as suas congratulações. Em estado de choque, você dá um abraço, um beijo e a felicita:

- Filha da puta!

É, a coisa ta feia pro seu lado. Chegou a hora de arrumar um estágio. E é pra isso que estamos (sujeito oculto Casa do Galo) aqui. Neste post, você, estudante de Publicidade/Marketing/Afins, encontrará algumas dicas, que podem ajudar na busca pelo estágio, e algumas experiências vividas por mim nos meus quatro anos de bebedeira, digo, faculdade (as dicas vêm dessas experiências). Vamos lá!

Quero ser marketeiro mesmo, e daí?

E daí que o seu caminho pode ser um pouco mais difícil, porém mais justo. Se você não se julga moderninho e alternativo suficiente pra trabalhar em agência, vá para os anunciantes e veículos. Nesses lugares, você vai passar por algo que vai te dar muita dor de barriga: o Processo Seletivo para Programa de Estágio. Sim, isso pode ser utopia no mundo criativo, mas no mundo real é mais que rotineiro.

Cadastros, envio de currículos, provas, dinâmicas em grupo, mais envio de currículos, entrevistas com psicólogas, entrevistas com os gestores das áreas (já falei envio de currículos?) etc. Fases e mais fases até a conquista da vaga. É claro que o grau de complexidade dessas fases não é de nenhum O Aprendiz, mas a cada ano as empresas buscam estagiários melhor preparados. Por isso a dica 1:

Dica 1 – Quem as empresas procuram?

Logicamente, o perfil do colaborador-estagiário pode variar de empresa pra empresa, mas algumas coisas são básicas, importantes e podem te ajudar a eliminar concorrentes.

• Fale, no mínimo, dois idiomas fluentemente. Tente o português, já que o inglês ELAS (as empresas) já consideram que você fale. Muitos lugares já pedem até uma terceira fluência, como o espanhol, o alemão ou o francês, dependendo da nacionalidade da empresa;

• Experiência no exterior conta e muito. Nem que você apenas tenha lavado pratos em Nova Iorque ou servido café em Londres. Lembre-se, ELAS querem saber como você se vira em situações difíceis e adversas;

• Simpatia, saber trabalhar em grupo, pró-atividade, facilidade em se comunicar com qualquer tipo de gente (ou seja, você devia ter desobedecido a sua mãe e ter falado com estranhos quando criança) e boa aparência ainda contam bastante. Veja bem, boa aparência não significa ser bonito(a). Portanto, tudo que você diz ser no seu CV, tem que provar na hora do “vamo vê”;

• E, obviamente, esteja e seja sempre antenado, atualizado e ligado em tudo que acontece. Mas não bitole. Os caras também não vão te perguntar sobre a bolsa de valores de Pequim, mas podem perguntar coisas atuais sobre o seu cotidiano. Quer um exemplo? Um amigo estava na última fase do processo seletivo para as Lojas Americanas. Entrevista com um dos diretores da empresa. O tal diretor perguntou o que esse amigo mais gostava de fazer e ele respondeu: surfar. Eles passaram o tempo todo da entrevista conversando sobre pranchas, praias e etapas do circuito de surfe brasileiro. No dia seguinte ele estava contratado.

Quais empresas eu devo deixar meu CV?

Em primeiro lugar, “deixar CV” não existe mais. Já ouviu falar de internet? Praticamente, todas as empresas hoje possuem em seus sites um espaço para cadastro e/ou envio de currículos. “Ah, mas eu fiquei sabendo de uma vaga que tinha que entregar o CV pessoalmente”. Essa vaga não é pra você.

Em segundo lugar, empresas pra se cadastrar e concorrer a uma vaga, não faltam. A chamada Área de Marketing é muito ampla. Há vagas tanto para os próprios departamentos de Marketing como para departamentos de Comunicação, RH, Comercial etc.

Mas aí vão algumas das mais desejadas pelos estudantes: Natura, IBM, Unilever, Pirelli, Grupo Pão-de-Açúcar, Telefonica, Banco Santander, Grupo Abril, SBT. Quem quiser indicar outras, fique à vontade nos comentários.

Eu sou criativo, olha o meu All Star.

Se você escolheu fazer Criação, senta e chora. Você será castigado pela escolha que fez. Mas isso é só no começo, depois fica legal. Só que é, justamente, sobre o começo que vamos falar agora. Oquei, você se diz criativo, tem um belo All Star, uma camisa xadrez “stáile” e óculos de grau de cineasta. Mas você sabe que raios vai fazer numa agência de Publicidade? (Leia ou re-leia o artigo do Mauro) No departamento de Criação você não tem muita opção: ou vai ser diretor de arte ou redator. O caminho é muito parecido para os dois.

Dica 2 – Quais os primeiros passos?

O primeiro passo é deletar o termo Curriculum Vitae da sua vida. Substitua por portifólio. O segundo passo é descobrir o que é isso. Seu portifólio será, simplesmente, a sua vida daqui pra frente. É onde você vai registrar/arquivar/guardar/agrupar/mostrar os seus melhores trabalhos. Sim, o cara que vai te avaliar não quer saber onde você estuda ou se você é pró-ativo, ele quer saber se você é mesmo criativo, oras. Quer ver os seus trabalhos, o seu PORTIFÓLIO.

“Mas eu não tenho nenhum trabalho. Como monto meu porti…porti o quê?”

Olha só que coincidência, a dica 3 fala, justamente, sobre isso. Leia com atenção, é a mais importante.

Dica 3 – Como montar e apresentar o meu portfólio?

Pra montar é preciso produzir, pra produzir é preciso criar. Mãos à obra.

O formato mais usado por estudantes na hora de fazer “trampos pra portifas” é o anúncio de revista, seja página simples ou página dupla. O que você vai fazer? Pegue um anúncio de revista real, da marca e produto que quiser, e tente fazer melhor ou, pelo menos, diferente.

Se você decidiu que quer ser diretor de arte (não se empolgue com o título de diretor), seu dever é mexer na direção de arte (duh), ou seja, na imagem, foto, ilustração etc. Pense numa nova solução para aquele layout. E se especialize em softwares como Photoshop, Ilustrator e InDesign, no mínimo. Mas você pode ir além. Não se limite aos anúncios. Crie formatos e direções de arte não-publicitárias também. Abuse dos efeitos gráficos e fique atento às tendências. Os caras querem ver se você, realmente, sabe utilizar as ferramentas desses softwares.

Se você é cabeça-dura e resolveu ser redator, o processo é o mesmo. A diferença é que seu dever é mexer no texto do anúncio escolhido. Crie novas opções de títulos e slogans, mude o texto. Em outras palavras, escreva muito. Para ser redator não tem muito segredo, é exercitar a escrita. E você também pode ir além dos anúncios. Teve uma boa idéia pra um comercial? Faça um roteiro (na internet é possível achar alguns modelos). Escreva textos aleatórios, sobre qualquer tema.

Agora, você deve estar pensando “Mas se eu mudar só a arte e mantiver o texto, a peça vai ficar estranha, sem sentido.” Ou “Mas quero ser redator. Não sei mexer em layout. Como vou alterar a peça?”

Aceita mais uma dica? Essa é por conta da Casa, hein: arrume um amigo(a) pra duplar com você. Comecem a fazer seus portifólios juntos. Trabalhem como uma verdadeira dupla de criação. Pode ter certeza que os resultados serão muito melhores.

Outra maneira de rechear a sua pasta é na própria faculdade. Aproveite as aulas práticas relacionadas à Criação e mande ver nas peças.

Pronto. Vamos considerar, agora, que você já tem um número razoável de peças criadas e produzidas. Qual o próximo passo? Juntar tudo e levar para algum Diretor de Criação olhar? Claro que não. Primeiro você vai selecionar para apresentar apenas as melhores. Mostre os trabalhos para as pessoas – amigos, parentes e, principalmente, professores da faculdade – e perceba quais elas mais gostam, quais surpreendem mais, quais as fazem abrir aquele sorrisinho que você tanto esperou quando pensou naquela sacada.
Como a essa altura já consideramos que você tenha feito, pelo menos, uns 25 trabalhos, vamos chamar essa fase de pré-seleção. A seleção mesmo quem faz é você. No site do Clube de Criação de São Paulo, é possível encontrar o Manual do Estagiário, por Eugênio Mohallem (vale a pena ler). Resumindo, ele orienta que você faça o seguinte: selecione, em média, 10 trabalhos e os coloque em ordem crescente de qualidade, começando pelo meia-boca:

1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10

Depois, pegue o último (o melhor) e coloque na frente de todos.

10, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9

Segundo Mohallem, sua pasta que impressiona está pronta. Abre com um grande anúncio, seguido de uma ordem crescente de qualidade.

Particularmente, não sei se essa é mesmo a melhor maneira. Já fiz muito isso, mas também já fiz diferente. A última vez que apresentei meu portifólio fiz o seguinte: levei de 10 a 15 trabalhos (mais que 15 já fica, realmente, cansativo pra quem analisa); coloquei, sim, o melhor na frente de todos (acredito fielmente que a primeira impressão é a que fica); mas fui variando a seqüência entre os outros melhores e os piores; fechei a pasta com o segundo melhor. Acho que deu certo. Enfim, são duas opções. Mas você pode criar a sua também. O importante é que você acredite e confie nos seus trabalhos.

Dica 4 – Portifólio on-line

Essa é mais curta. Se houver a possibilidade, faça um portifólio on-line. Isso mesmo, crie um site seu ou, pelo menos, um HTMLzinho. Hoje em dia, é muito comum as agências pedirem que você envie seus trabalhos por e-mail. E você não quer se queimar logo de cara, lotando a caixa de entrada do seu futuro chefe, quer? Para os diretores de arte, procurem softwares, como o Flash e pirem nas animações. Para os redatores, criem um blog. É simples e além de postar suas peças, você terá um excelente espaço para exercitar a escrita.

Pra terminar

Gostaria apenas de contar mais uma experiência minha.
Quando eu estava no sexto semestre da faculdade, fui assistir a uma palestra do Carlos Domingos, sócio da Age e um dos maiores criativos do Brasil. Resolvi levar minha pasta, na esperança de que, ao final da palestra, ele pudesse me atender e me dar umas dicas. Final do show, fui lá na frente e entrei na fila pra falar com ele. A maioria das pessoas estava lá para pedir estágio e tirar dúvidas. Quando chegou a minha vez:

- Fala, garoto!
- Eu quero te mostrar o meu portifólio.
- Mas você ta com ele aí?
- Ta aqui.

Acho que ele percebeu minha atitude de ter ido “armado” para a palestra e disse:

- Faz o seguinte – me deu um papel e uma caneta – escreve teu nome aí que eu vou dar pra minha secretária marcar um horário pra você ir lá na Age, aí a gente conversa com mais calma. – e me passou o telefone de lá.

No dia seguinte fiquei naquela dúvida “Ligo ou não ligo?”, “Até parece que ele vai passar mesmo o meu nome pra secretária. Foi só um jeito de me dispensar”. Resolvi ligar:

- Age, boa tarde!
- Boa tarde! Meu nome é Alessandro e…
- Ahhhh, já sei! Do Mackenzie, né? O Domingos já passou seu nome pra mim. Você pode vir aqui amanhã às 19h?
- Claro.

Cheguei em ponto na Age e tomei um leve chá de cadeira de uma hora. Nesse ínterim, fiquei conversando com o segurança que estava na recepção e ele disse:

- Caramba! Como você conseguiu horário com o Domingos? Foi indicação? Ele ta sempre tão ocupado.

Expliquei como tinha conseguido e o cara ficou espantado.

Passado o chá, eis que surge o homem. Sim, ele foi me receber na recepção. Não mandou que alguém me levasse até sua sala. Vestindo sapatos muito bem lustrados, jeans, camisa pra fora da calça e blazer preto (típica roupagem de publicitário), ele me pediu mil vezes mil desculpas pela demora, disse que estava em reunião, que essas coisas demoravam mesmo e tudo mais. Entramos na sala de reunião, me ofereceu uma água, um café, um refrigerante (eu recusei tudo) e começou a analisar as peças. E para minha surpresa ele gostou de todas as peças que eu achava que eram as piores e criticou as que eu achava melhores. Fez-me enxergar coisas que jamais perceberia, pois analisou as peças de uma simples maneira: essa dá campanha, essa não dá.

Não consegui o estágio, mas tirei algumas lições disso tudo. Aí vão elas:

1- Muitas vezes, na Publicidade, é necessário ser cara-de-pau e tomar atitudes que, normalmente, você não tomaria. Como essa de já ir pra palestra com o portifas na mão. Ninguém fez isso naquele dia.
2- Na sua vida de estudante e durante toda sua carreira, você vai se deparar com excelentes profissionais. E poderá se surpreender com as atitudes de alguns deles, como eu me surpreendi com a simpatia e atenção do Carlos Domingos. Tenho ele como ídolo profissional hoje.
3- Ao mesmo tempo você vai encontrar profissionais tão bons ou melhores, mas que são arrogantes, mal educados e que acham que você é um bosta, que nunca conseguirá chegar onde eles estão. Esses caras vão te humilhar e acabar com você e seu portifólio. Mas não deixe que eles acabem com o seu amor pela Publicidade.
4- Desde então, comecei a pensar à frente na hora de criar uma peça. Claro que procuro sempre soluções criativas, mas sempre paro pra pensar se o clichê e o simples não são as melhores soluções para o momento.

Enfim, espero ter ajudado com o mínimo de experiência que eu tenho nesse mercado e desculpe pelo gigantismo do texto. Acho que esse tema merecia. E se você chegou até aqui, aí vão alguns sites em que são divulgadas vagas de emprego e estágio para Marketing e Criação. Cadastre-se e sucesso. Sorte é para os fracos: InfoJobs, ClickJobs, Publicijobs, Catho, CIEE, Universia.

PS: lembra daquela pacata noite de segunda-feira no bar? Ela jamais voltará.

As idéias e opiniões expostas nos artigos são de responsabilidade exclusiva dos autores, e podem não refletir a opinião da Casa do galo.



Alessandro Alessandro Ribeiro, 24, é publicitário. Já foi redator do Submarino. Hoje é redator da iDeal Interactive e sócio da Carrossel Comunicação Integrada. Escreve para a Casa do galo às segundas-feiras.

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